Governo exonera coordenadora-geral de Observação da Terra, responsável pelo Deter
O governo publicou no Diário Oficial desta segunda-feira a exoneração da coordenadora-geral de Observação da Terra do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Lubia Vinhas, área responsável pela recepção e geração de imagens de satélite e por um sistema de alertas de desmatamento, o Deter, entre outras atribuições.
A exoneração ocorre após registro de recorde de derrubada de árvores. O desmatamento na Amazônia Legal cresceu pelo 14º mês consecutivo em junho, mostraram números preliminares do Inpe, divulgados na semana passada, aumentando a pressão sobre o governo do presidente Jair Bolsonaro em um momento em que investidores e empresários passaram a cobrar do presidente uma ação mais efetiva contra a destruição da floresta.
De acordo com os dados do Deter, programa de satélite usado para acompanhar em tempo real o desmatamento, a derrubada da floresta aumentou 10,7% em junho, comparado com o mesmo mês do ano passado.
Nos primeiros seis meses do ano, a área devastada cresceu 25%, chegando a 3.066 quilômetros quadrados, mostram os dados do Inpe.
Uma fonte que preferiu não ser identificada afirmou, no entanto, que a exoneração não tem relação com os últimos dados e faz parte de uma reestruturação já prevista, que prevê a fusão de três unidades do Inpe, o Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST), Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e a Coordenação-Geral de Observação da Terra (OBT).
Ao comentar a saída de Lubia, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, coordenador do Conselho da Amazônia, afirmou que não iria “cobrar” explicação e considerou a exoneração uma situação interna do órgão.
“Isso aí é da cozinha interna do ministério”, disse o vice-presidente. “Sai um, entra outro.”