Governo estabelece teto de R$ 1 mil/MWh para custo de térmica a ser despachada, mas pode abrir exceção
Diante da tendência de recuperação dos reservatórios das hidrelétricas, o governo decidiu estabelecer que o despacho termelétrico fica limitado a usinas que não ultrapassem um custo variável unitário (CVU) de até 1 mil reais por megawatt-hora, mas pode abrir exceções para até 1,5 mil reais caso seja necessário, segundo comunicado divulgado nesta quarta-feira.
“Esses valores teto de CVU foram indicados com vistas a priorizar a otimização energética a menores custos totais de operação e poderão ser revistos nas reuniões técnicas do Grupo de Trabalho do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) para acompanhamento das condições de atendimento ao SIN (Sistema Interligado Nacional), desde que devidamente justificado”, diz o texto publicado pelo Ministério de Minas e Energia.
O valor de CVU de 1,5 mil reais por MWh será considerado para despacho em casos de “reconhecida necessidade sistêmica, advinda de indisponibilidades forçadas de equipamentos em base semanal, ou situações excepcionais devidamente justificadas”.
Em reunião nesta quarta-feira, o CMSE manteve o limite para despacho adicional de térmicas, de forma que a geração total dessas usinas, já acrescida de eventuais montantes de energia importados, não ultrapasse 15.000 megawatts (MW) médios.
Ainda segundo a nota do governo, as projeções para armazenamento dos reservatórios de hidrelétricas apontaram que, até junho, haverá pleno atendimento do sistema elétrico tanto em termos de energia quanto de potência, sem que haja necessidade de uso da reserva operativa.
Espera-se que o armazenamento do subsistema Sudeste/Centro-Oeste atingirá cerca de 47,1% em junho, 18 pontos percentuais acima do nível verificado em 30 de junho de 2021, considerando a repetição do cenário crítico de chuvas verificado no período chuvoso de 2020/2021. Segundo o governo, isso ilustra que “a recuperação dos reservatórios das usinas hidrelétricas está em andamento”.