Governo espera desaceleração ‘natural’ do PIB brasileiro em 2025, diz secretário-executivo da Fazenda
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O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que o governo espera uma desaceleração “natural” da economia brasileira em 2025. A expectativa da Secretaria de Política Econômica é de que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 2,3% este ano — projeção mais otimista do que a do mercado financeiro.
“Já temos percebido uma desaceleração da economia — os dados do Caged do fim do ano e alguns dados de janeiro e fevereiro têm apontado para isso. É natural que tenhamos um ano com crescimento um pouco inferior ao que vimos nos dois anos anteriores“, disse nesta segunda-feira (17) no evento Plano de Voo, da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham).
Segundo Durigan, as condições climáticas favoráveis no início do ano, especialmente com um bom regime de chuvas, devem corroborar com o PIB. A expectativa é de que, assim como nos anos anteriores, o setor agropecuário corresponda pela maior parte da contribuição do crescimento da economia.
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O secretário destaca os segmentos de indústria e serviços, que devem apresentar expansão, apesar de em um ritmo ligeiramente inferior ao observado em 2024. A balança comercial também tende a se manter positiva, impulsionada por um aumento nas exportações, enquanto as importações devem ser menores.
Ele disse ainda que os gastos públicos devem ser menores do que nos anos anteriores. “Os gastos públicos vão seguir a trajetória que foi inaugurada, principalmente com o arcabouço fiscal, com uma proporção em relação ao PIB inferior aos anos anteriores, gerando um impulso fiscal menor”.
Durigan reafirmou que o governo vem promovendo um ajuste fiscal e seguirá atuando para cheguar ao fim do mandato, em 2026, com grau de investimento em agências de classificação de risco e com superávit primário nas contas públicas.
O secretário indicou a política monetária como um dos desafios para o crescimento do PIB, uma vez que o Banco Central passa por um ciclo de alta nos juros. Hoje, a Selic está no patamar de 13,25% e já tem mais uma alta de 1 ponto percentual cotada para a próxima reunião.
Além disso, ele ressaltou no evento que “mais calmaria” no câmbio e nas expectativas de mercado são desafios para este.