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Governo de MG considera baixa oferta de R$ 21 bilhões da Vale por acordo em Brumadinho

18 nov 2020, 9:47 - atualizado em 18 nov 2020, 9:47
Vale VALE3
Procurada, a Vale não respondeu de imediato a um pedido de comentário sobre cifras envolvidas no possível acordo (Imagem: Reuters/Sergio Moraes)

O governo de Minas Gerais recebeu da mineradora  Vale (VALE3) uma proposta de acordo global de cerca de 21 bilhões de reais por reparações pelo desastre de Brumadinho, mas o valor foi considerado longe do esperado, disse o secretário-geral do Estado, Mateus Simões.

Uma audiência entre representantes do governo e da mineradora sobre o tema foi realizada na terça-feira, mas não chegou a consenso. Uma nova reunião foi marcada para 9 de dezembro.

“A Vale apresentou contraproposta de pouco mais de 20 bilhões de reais, em torno de 21 bilhões. Mas está abaixo do que entendemos… o valor ainda está longe do que a gente espera”, disse o secretário a jornalistas na noite de terça-feira, após a audiência. A Vale não divulgou os valores envolvidos nas negociações.

O secretário destacou ainda que as discussões não giram apenas em torno dos valores exigidos pelo desastre, que ocorreu em janeiro de 2019 e deixou cerca de 270 pessoas mortas.

“Nós obviamente esperávamos avançar mais. O Estado reafirmou que não aceita a proposta da Vale, apresentada há algumas semanas atrás, o valor não é o que achamos apropriado e há algumas condições colocadas pela Vale que também não estão de acordo”, afirmou o secretário, sem detalhar.

Procurada, a Vale não respondeu de imediato a um pedido de comentário sobre cifras envolvidas no possível acordo.

Na véspera, a companhia disse que seguiria mantendo “um diálogo construtivo” com as autoridades mineiras.

De acordo com o representante do governo estadual, a retomada as negociações focará em temas relacionados “à organização do acordo”, mais do que nos valores.

“Só discutiremos valores depois que esses temas, que são temas de organização do acordo, forem superados. Não estamos dispostos a permitir que Brumadinho se transforme em uma segunda Mariana”, acrescentou Simões.

Segundo ele, o objetivo das autoridades envolvidas é garantir que eventual acordo a ser assinado seja efetivo e factível.