Economia

Governo central tem superávit primário de R$ 28,2 bi em outubro

29 nov 2021, 14:53 - atualizado em 29 nov 2021, 15:24

O governo central, formado por Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, teve superávit primário de 28,195 bilhões de reais em outubro, ajudado por um crescimento nas receitas enquanto as despesas caíram fortemente na comparação com igual mês do ano passado, divulgou o Tesouro nesta segunda-feira.

O dado veio em linha com projeção de um superávit de 28 bilhões de reais apontado em pesquisa Reuters com analistas.

Em outubro, a receita líquida do governo central subiu 5,9% sobre o mesmo mês de 2020, a 156,184 bilhões de reais, com auxílio da arrecadação extraordinária de 5 bilhões de reais de impostos sobre a renda das empresas e aumento de 7,9 bilhões de reais na arrecadação relativa à exploração de recursos naturais, linha que tem sido beneficiada pela alta no preço do petróleo.

Já as despesas totais sofreram contração de 15,4%, a 127,989 bilhões de reais, fundamentalmente pela queda nos gastos associados ao enfrentamento da pandemia, que foram muito mais altos em 2020.

Em outubro do ano passado, o governo central registrou um déficit primário de 3,419 bilhões de reais bilhões de reais.

No acumulado de janeiro a outubro deste ano, as contas públicas acumulam um déficit de 53,404 bilhões de reais, ante um rombo de 680,865 bilhões de reais em igual etapa de 2020. Em 12 meses, o déficit primário é de 123,2 bilhões de reais, equivalente a 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB).

Para o ano, a expectativa mais recente do Ministério da Economia é de um déficit primário de 95,8 bilhões de reais, número que foi melhorado em função do desempenho mais positivo que o esperado da arrecadação.

Numa demonstração da surpresa positiva nessa frente, em abril a projeção oficial do Ministério da Economia era de um déficit muito maior, de 286 bilhões de reais para o ano.

Em nota, o Tesouro ressaltou que o melhor desempenho primário só é possível “devido à manutenção de uma regra fiscal que contenha o crescimento real das despesas públicas”.

“Não obstante o desempenho fiscal bem acima do esperado em 2021, o país vai fechar o ano com um nível de endividamento bruto ainda consideravelmente superior à média apresentada por países com grau de desenvolvimento semelhante”, completou.

Em relatório divulgado à parte, o Tesouro estimou que a dívida bruta fechará este ano em 80,6% do PIB, melhora frente ao patamar de 88,8% em 2020. Até 2030, contudo, o país ainda não terá conseguido voltar ao patamar pré-crise, nas contas do Tesouro.