Política

Governo brasileiro trabalha com Biden sobre clima e desmatamento na Amazônia, diz Araújo

05 mar 2021, 20:29 - atualizado em 05 mar 2021, 20:29
Ernesto Araujo
Algo que era visto como um impedimento… está totalmente fora do caminho. Agora estamos trabalhando juntos (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Os governos de Brasil e Estados Unidos estão trabalhando juntos no combate às mudanças climáticas, área que parecia ser o principal obstáculo às boas relações, afirmou o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, nesta sexta-feira.

O presidente Jair Bolsonaro desenvolveu um alinhamento próximo com o ex-presidente dos EUA Donald Trump e partilhou seu desdém pelas questões de mudança climática e acordos internacionais.

Mas agora isso mudou, segundo Araújo, em comentário feito remotamente ao fórum empresarial Conselho das Américas.

“Algo que era visto como um impedimento… está totalmente fora do caminho. Agora estamos trabalhando juntos… como parceiros-chave para uma COP26 de sucesso e implementação plena dos acordos climáticos”, disse Araújo, referindo-se à cúpula da Organização das Nações Unidas COP26 agendada para este ano.

Araújo afirmou que ele e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, conversaram com o enviado do presidente Joe Biden para o clima, John Kerry, e sua equipe. Ele disse que não há “diferenças filosóficas”, apenas diferenças de abordagem.

O chanceler já foi visto como um cético em relação ao clima, que chamava as teorias da mudança climática induzida pelo homem de “conspiração marxista”.

Ele reconheceu que há desmatamento ilegal ocorrendo na Amazônia, o que, segundo ele, o governo está combatendo.

“Existe uma total disposição para cooperar na questão do desmatamento”, disse ele, acrescentando que os Estados Unidos estão abertos ao “investimento sustentável” na Amazônia.

O desmatamento na floresta amazônica brasileira atingiu o maior nível em 12 anos em 2020, quando uma área sete vezes o tamanho de Londres foi destruída, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Isso ocorreu após um grande salto no desmatamento em 2019, quando Bolsonaro assumiu o cargo e passou a enfraquecer a fiscalização ambiental, que ele criticou como excessiva.

Araújo disse que o governo está buscando formar uma aliança com os Estados Unidos baseada nos valores de “democracia e prosperidade”, com o Brasil precisando de investimentos dos EUA para se transformar em uma economia de mercado moderna.

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