Bolsonaro lança “isolamento vertical”, que separa apenas o grupo de risco
O governo do presidente Jair Bolsonaro lançou no Instagram uma campanha de combate ao avanço do novo coronavírus no qual defende à prática do “isolamento vertical”, que abrangeria apenas as pessoas que se encontram no grupo de risco, como idosos e portadores de doenças crônicas, para então, com cuidado, o país “voltar à normalidade”.
Essa conduta começou a ser defendida nos últimos dias pessoalmente por Bolsonaro, embora ela ainda não seja adotada oficialmente como protocolo de atuação do Ministério da Saúde, responsável pela política pública global do governo, em relação à essa enfermidade.
O presidente disse ter pedido na terça-feira ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que analisasse a adoção do isolamento vertical. Posteriormente, o titular da Saúde admitiu que a medida estava sob análise da pasta que comanda.
Bolsonaro tem criticado governadores e prefeitos que adotaram medidas mais drásticas de isolamento social como a quarentena para impedir o avanço rápido do vírus. Tem dito que o melhor seria isolar os grupos de risco e que a economia não pode parar por conta da doença porque o custo social –desemprego e violência– pode ser ainda maior.
A postagem foi veiculada na quarta-feira no Instagram @governodobrasil, tendo como mote #oBRasilNãoPodeParar. Ela contava às 20h55 desta quinta-feira com mais de 5,3 mil curtidas de internautas. A publicação tem uma imagem o dizer #oBRasilNãoPodeParar e o selo da Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência.
“No mundo todo, são raros os casos de vítimas fatais do #coronavírus entre jovens e adultos. A quase-totalidade dos óbitos se deu com idosos. Portanto, é preciso proteger estas pessoas e todos os integrantes dos grupos de risco, com todo cuidado, carinho e respeito”, diz o texto.
“Para estes, o isolamento. Para todos os demais, distanciamento, atenção redobrada e muita responsabilidade. Vamos, com cuidado e consciência, voltar à normalidade. #oBrasilNãoPodeParar”, completou.
A reportagem procurou a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde e a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República para um comentário a respeito da campanha, mas não comentários de imediato.