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Governo baiano estuda vender até 100% de sua participação na Bahiagás

01 jul 2022, 20:02 - atualizado em 01 jul 2022, 20:02
Gás
Nós compramos não por decisão ideológica. A empresa já era estatal. Não muda nada. O que vimos foi uma oportunidade (Imagem: REUTERS/Wojciech Kardas/Agencja Gazeta)

O governo baiano já começou os estudos para vender até 100% da sua nova fatia na Bahiagás antes mesmo de concluir a compra da participação da Gaspetro na distribuidora de gás canalizado.

O secretário estadual de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti, estima, para até o fim de julho, a liquidação dos 340 milhões de reais que serão pagos à Compass pelo aumento de 51% para 75,5% das ações com direito a voto, e de 17% para 58,5% no capital total da empresa.

“Mas esse prazo depende porque a Compass ainda vai ter que assumir a administração da Gaspetro, o que envolve nomear conselheiros, diretores etc. Então, teremos esse hiato burocrático da transferência de controle”, disse Cavalcanti.

A Bahiagás é uma das 12 distribuidoras de gás canalizado que a empresa do grupo Cosan se comprometeu a vender do total de 18 que ela passou a deter com a aquisição dos 51% da Petrobras (PETR4) na Gaspetro.

A transação foi aprovada sem restrições na semana passada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Segundo Cavalcanti, a área técnica do governo é quem vai apontar se o Estado deve se desfazer parcial ou totalmente de sua participação no negócio.

“Nós compramos não por decisão ideológica. A empresa já era estatal. Não muda nada. O que vimos foi uma oportunidade. Eu comprei por um preço bom para vender por um preço melhor. Esse valor 540 milhões de reais é inferior à nossa avaliação”, disse o secretário, sem detalhar qual é a avaliação atual do governo sobre o valor da empresa.

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Fornecimento

Os números da Bahiagás mostram uma guinada no negócio baseada principalmente na diversificação de sua base de fornecedores, na esteira da abertura do mercado de gás no país.

A distribuidora saiu de uma dependência de 86% da Petrobras no suprimento para um contrato que hoje atende a cerca de 15% do volume total de que a empresa precisa. Encabeça a lista de 10 supridores a Galp (24%), seguida da Shell.

Cavalcanti afirma que o suprimento diversificado trouxe uma economia média de 25% nos contratos em relação ao preço praticado da Petrobras.

“Hoje, a nossa molécula de maior valor – não vou dizer mais cara porque cada um sabe como valora – é a da Petrobras. Temos contratos com preços que chegam a ser 35% abaixo do da Petrobras”, disse o secretário.

A Bahiagás atende a cerca de 67 mil usuários em 22 cidades baianas. A distribuidora adquire, em média, 3,7 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia para os segmentos industrial, automotivo, comercial e residencial.

A companhia projeta para este ano um lucro líquido de 154,2 milhões de reais, 31,6% acima dos 117,2 milhões registrados em 2021.

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