Governo baiano estuda vender até 100% de sua participação na Bahiagás
O governo baiano já começou os estudos para vender até 100% da sua nova fatia na Bahiagás antes mesmo de concluir a compra da participação da Gaspetro na distribuidora de gás canalizado.
O secretário estadual de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti, estima, para até o fim de julho, a liquidação dos 340 milhões de reais que serão pagos à Compass pelo aumento de 51% para 75,5% das ações com direito a voto, e de 17% para 58,5% no capital total da empresa.
“Mas esse prazo depende porque a Compass ainda vai ter que assumir a administração da Gaspetro, o que envolve nomear conselheiros, diretores etc. Então, teremos esse hiato burocrático da transferência de controle”, disse Cavalcanti.
A Bahiagás é uma das 12 distribuidoras de gás canalizado que a empresa do grupo Cosan se comprometeu a vender do total de 18 que ela passou a deter com a aquisição dos 51% da Petrobras (PETR4) na Gaspetro.
A transação foi aprovada sem restrições na semana passada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Segundo Cavalcanti, a área técnica do governo é quem vai apontar se o Estado deve se desfazer parcial ou totalmente de sua participação no negócio.
“Nós compramos não por decisão ideológica. A empresa já era estatal. Não muda nada. O que vimos foi uma oportunidade. Eu comprei por um preço bom para vender por um preço melhor. Esse valor 540 milhões de reais é inferior à nossa avaliação”, disse o secretário, sem detalhar qual é a avaliação atual do governo sobre o valor da empresa.
Fornecimento
Os números da Bahiagás mostram uma guinada no negócio baseada principalmente na diversificação de sua base de fornecedores, na esteira da abertura do mercado de gás no país.
A distribuidora saiu de uma dependência de 86% da Petrobras no suprimento para um contrato que hoje atende a cerca de 15% do volume total de que a empresa precisa. Encabeça a lista de 10 supridores a Galp (24%), seguida da Shell.
Cavalcanti afirma que o suprimento diversificado trouxe uma economia média de 25% nos contratos em relação ao preço praticado da Petrobras.
“Hoje, a nossa molécula de maior valor – não vou dizer mais cara porque cada um sabe como valora – é a da Petrobras. Temos contratos com preços que chegam a ser 35% abaixo do da Petrobras”, disse o secretário.
A Bahiagás atende a cerca de 67 mil usuários em 22 cidades baianas. A distribuidora adquire, em média, 3,7 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia para os segmentos industrial, automotivo, comercial e residencial.
A companhia projeta para este ano um lucro líquido de 154,2 milhões de reais, 31,6% acima dos 117,2 milhões registrados em 2021.
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