Economia

Governo arrecada R$ 228,8 bi, mas não é suficiente para o mercado; veja por que fiscal ainda é um risco

22 maio 2024, 13:03 - atualizado em 22 maio 2024, 13:03
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Fiscal: Entre janeiro e abril desde ano, o governo já acumula R$ 886,6 bilhões arrecadados. (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

No mês de abril, o Governo Federal arrecadou R$ 228,8 bilhões, segundo os dados divulgados nesta terça-feira (21) pela Receita Federal. O resultado ficou próxima das projeções do mercado de R$ 229 bilhões.

Com isso, a arrecadação registrou uma alta real de 8,26% no período, quando comparado com o ano anterior, marcando o quinto recorde mensal consecutivo.

Já no acumulado entre janeiro e abril, a arrecadação teve alta real de 8,33%, totalizando R$ 886,6 bilhões — também um recorde da série histórica para os primeiros quadrimestres.

O desempenho positivo do mês foi influenciado pelo comportamento das variáveis macroeconômicas, com altas significativas da massa salarial e do valor em dólar das importações. Por outro lado, houve recuo na arrecadação de produção industrial e vendas de bens e serviços.

Além disso, também contribuiu com os cofres públicos o retorno da tributação do PIS/Cofins sobre combustíveis, crescimento da arrecadação previdenciária, crescimento de Imposto de Renda dos trabalhadores, e de ganhos com Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto de Importação.

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Mercado ainda vê política fiscal arriscada

Apesar dos números recordes, a política monetário do atual governo ainda é vista com ressalvas pelo mercado. Segundo Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, o principal desvio ocorreu nas receitas administradas por outros órgãos, as quais foram superestimadas em R$ 4,2 bilhões. Por outro lado, o IR total foi subestimado em R$ 1,6 bilhão.

“No final das contas, estamos falando de um primeiro quadrimestre ainda muito bom em termos de arrecadação. Mas, sem sombra de dúvidas, produto de um crescimento extraordinário, o que não deixa a situação fiscal como um todo mais aliviada”, afirma.

Já Rafael Passos, analista da Ajax Capital, aponta que o comportamento da arrecadação deve continuar com forte crescimento até maio de 2024.

“Contudo, a perda de vigor das medidas fiscais de incremento da arrecadação no 2º semestre, aliada a abertura de crédito suplementar (R$ 15,7 bilhões autorizado pelo arcabouço), devem impedir que o Governo cumpra sua meta de déficit primário neste ano”, alerta.

*Com informações da Reuters