Governança da Copel é colocada à prova após carta do governo paranaense
A XP Investimentos enxerga maiores riscos de governança corporativa para a Copel (CPLE3; CPLE5; CPLE6), após publicação da carta do acionista controlador, o Governo do Estado do Paraná, na última sexta-feira (8).
O governo paranaense, que hoje detém 58.6% das ações ordinárias da Copel e 31.1% do capital total, condiciona a aprovação da migração da companhia elétrica do Nível 1 para o Nível 2 de Governança Corporativa da B3 (B3SA3) à realização de uma oferta secundária de ações de titularidade do Estado do Paraná em conjunto com a oferta a ser realizada pelo BNDESPar.
Adicionalmente, a carta divulgada solicita distribuição de dividendos extraordinários no maior valor possível levando-se em consideração as necessidades de fluxo de caixa da Copel ao longo de 2021.
“Tais solicitações do acionista controlador da Copel representam um retrocesso em termos de governança corporativa, o que acreditamos que deverá causar uma reação negativa para as ações no mercado “, argumentam os analistas Gabriel Francisco e Maira Maldonado, que assinam o relatório da XP.
A intenção de venda adicional do governo na Copel é vista com maus olhos pela dupla de analistas tendo em vista as as pressões de liquidez advindas da venda de uma participação correspondente a até 14.4% do capital total. Pesam também riscos futuros de intervenção estatal na companhia.
Já em relação à alteração da política de dividendos da Copel, o canto é uníssono na XP:
“A impressão que fica é que o Governo do Estado quer extrair recursos da companhia antes de vender parte de sua posição em uma oferta secundária”, advertem os analistas.
A corretora mantém a recomendação de compra das ações da Copel, embora não descarte que ocorra volatilidade no curto prazo devido a uma maior percepção de riscos de governança corporativa. A XP também elevou o preço-alvo até o final de 2021, anteriormente em R$ 70.
Empresa | Ticker | Preço-alvo (R$) | Valorização (%) |
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Copel | CPLE6 | 75 | 2,3 |