Política

Governador do Rio Grande do Sul e postulante ao Planalto, Leite declara-se gay em entrevista

02 jul 2021, 8:48 - atualizado em 02 jul 2021, 8:48
Eduardo Leite
Leite, que apoiou Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial de 2018, rompeu com ele e tornou-se crítico da gestão federal na pandemia de Covid-19, passando a ser alvo de ataques do presidente (Imagem: Facebook /Eduardo Leite)

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), um dos pré-candidatos do partido à Presidência da República na eleição do ano que vem, declarou-se gay em entrevista à TV Globo que foi ao ar na noite de quinta-feira.

“Eu nunca falei sobre um assunto que eu quero trazer pra ti no programa, que tem a ver com a minha vida privada e que não era um assunto até aqui porque se deveria debater mais o que a gente pode fazer na política, e não exatamente o que a gente é ou deixa de ser”, disse ao programa Conversa com Bial.

“Mas nesse Brasil, com pouca integridade neste momento, a gente precisa debater o que se é, para que se fique claro e não se tenha nada a esconder. Eu sou gay. Eu sou gay. E sou um governador gay, e não um gay governador, tanto quanto Obama nos Estados Unidos não foi um negro presidente, foi um presidente negro. E tenho orgulho disso”, acrescentou ele na entrevista.

Leite, que apoiou Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial de 2018, rompeu com ele e tornou-se crítico da gestão federal na pandemia de Covid-19, passando a ser alvo de ataques do presidente.

Bolsonaro, por exemplo, disse recentemente a apoiadores que Leite pode ter “enfiado em outro lugar” os recursos enviados pelo governo federal ao Rio Grande do Sul para combater a pandemia, o que levou o governador gaúcho a interpelar Bolsonaro junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Leite, de 36 anos, disputará as prévias do PSDB que definirão o candidato do partido à Presidência no ano que vem, marcadas para novembro. Além dele, também devem disputar a indicação tucana ao Planalto o governador de São Paulo, João Doria; o senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-senador e ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio.