Política

Google na mira do PT: Partido pede explicações após ferramenta relacionar Lula com corrupção

08 maio 2023, 12:36 - atualizado em 08 maio 2023, 12:36
Google criptomoedas carteiras virtuais
Partido dos Trabalhadores (PT) pede esclarecimentos ao Google (Imagem: REUTERS/Andrew Kelly)

No domingo (7), o Partido dos Trabalhadores (PT) enviou uma notificação extrajudicial à big tech, após internautas identificarem que, ao pesquisarem o nome do presidente Lula com o termo “coroação”, a ferramenta sugeria: “Você quis dizer Lula corrupção?”.

Em contrapartida, ao buscar o termo com o nome do ex-presidente, Jair Bolsonaro, o Google sugeria “você quis dizer Bolsonaro coração?”.

O ofício foi assinado pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que pede explicações do Google sobre a associação e alega que não houve transparência.

“A Notificada [Google] está valendo-se do seu poder econômico e quase monopólio virtual para manipular a opinião pública em favor dos seus interesses privados, violando o art. 5º, inciso VI, da Constituição Federal”, diz a notificação.

O Google nega que ideologias políticas sejam consideradas e assegurou que tomaria medidas para a situação.

“Nossos sistemas automatizados não levam em conta ideologia política em seu funcionamento. Embora este seja um recurso gerado automaticamente, temos políticas que se aplicam e estamos tomando medidas para resolver o problema”.

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Google e relação com governo

O ofício citou ainda os acontecimentos da última semana envolvendo o Google e o PL das Fake News, ao qual a plataforma se posicionou contrária.

“Há menos de uma semana a notificada utilizou seu poder econômico e sua posição de importante plataforma de pesquisas, para, irregularmente, manipular a opinião pública contra um projeto de lei no Congresso Nacional – a notificada buscou interferir na soberania nacional para fazer prevalecer seus interesses privados”.

Isso porque, na página inicial do Google, havia um link que dizia “O PL das fake news pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil”.

Ao clicar, o usuário era direcionado para um blog em que há um texto escrito pelo diretor de relações governamentais e políticas públicas do Google Brasil, Marcelo Lacerda.

Diante desta situação e da manifestação de outras big techs, como a Meta — companhia que controla FacebookInstagram e WhatsApp — e o TwitterMinistério Público Federal (MPF), notificou as companhias por práticas contrárias ao projeto de lei.

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