Política

Google e demais big techs deverão prestar contas à Polícia Federal, após determinação de Moraes

02 maio 2023, 16:50 - atualizado em 02 maio 2023, 16:50
Alphabet
PL das Fake News e posicionamento do Google e outras big techs entram na mira do STF (Imagem: REUTERS/Shannon Stapleton)

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou que a Polícia Federal ouça os presidentes do Google, Meta — companhia que controla FacebookInstagram e WhatsApp —, Spotify e Brasil Paralelo.

A PF terá cinco dias para conversar com os representantes das empresas, para explicarem sua conduta, “que podem, em tese, constituir abuso de poder econômico, bem como, eventualmente, caracterizar ilícita contribuição com a desinformação praticada pelas milícias digitais nas redes sociais”.

Moraes determinou ainda que as big techs devem explicar, dentro de 48h, os métodos de impulsionamento e indução à busca dos termos “PL da Censura”.

Ainda, o Google e demais empresas deverão remover anúncios e textos contrários ao PL das Fake News, que deve ser votada na Câmara dos Deputados ainda hoje. Em caso de não cumprimento, o despacho prevê multa de R$ 150 mil por hora.

No início desta terça-feira (2), era possível encontrar na página inicial do Google um link que dizia “O PL das fake news pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil”. O Google já retirou.

(Imagem: Reprodução)

No despacho, o ministro menciona um estudo feito pelo NetLab UFRJ. O estudo diz que aparenta que “o Google ponderou os resultados de busca de tal forma a aumentar a relevância de sua própria voz em sua plataforma”.

Este mesmo estudo foi mencionado pelo Ministério Público Federal (MPF), que notificou, na segunda-feira (1º), o Google por práticas contrárias ao projeto de lei e questionou se houve ampliação de conteúdos contrários ao projeto de lei, em detrimento de publicações favoráveis.

Mais cedo, a Secretaria Nacional do Consumidor determinou que o Google terá que sinalizar como “publicidade” o conteúdo produzido e veiculado pela empresa com críticas ao PL das Fake News.

A exigência de sinalização é só uma das determinações do órgão ligado ao Ministério da Justiça, sendo que o descumprimento das exigências implica em uma multa de R$ 1 milhão por hora.

Entre outras coisas, a Google terá que veicular contrapropaganda para esclarecer seus interesses comerciais em relação ao projeto de lei. Nos últimos dias, a empresa tem compartilhado conteúdo contrário ao PL.

Cade abre investigação contra Google em caso do PL das fake news

Ainda sobre o assunto, o Conselho de Administrativo de Defesa Econômica (Cade)abriu investigação para apurar o suposto abuso do Google e Meta em relação à campanha contra o PL das fake news.

O líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues, havia dito em publicação no Twitter que solicitou ao órgão abertura de investigação.

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