Goldman vê fundo do poço ainda distante para ações americanas
O fundo do poço ainda pode estar longe para as ações americanas, que não precificaram totalmente o aumento dos juros reais e as chances de uma recessão, disseram estrategistas do Goldman Sachs.
“As métricas de ações americanas ainda não oferecem um prêmio historicamente grande em relação aos retornos reais oferecidos por títulos e ativos de alta liquidez”, disseram os estrategistas, incluindo Kamakshya Trivedi, em nota. Pode haver “uma tendência de baixa significativa se ocorrer uma recessão de verdade ou se os riscos geopolíticos na Ucrânia ou em outros lugares se intensificarem”, disse a nota.
Nenhuma das classes de ativos nos EUA precificou totalmente uma recessão, mas a renda variável é a que menos se adequou a um cenário severo, disseram os estrategistas.
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Esse ponto de vista destoa da visão do Citigroup e do JPMorgan, que disseram que o tombo nos mercados implica que uma recessão está sendo precificada.
No caso de uma desaceleração econômica severa, a equipe do Goldman espera que o índice S&P 500 caia para 2.888 pontos, uma queda de 25% em relação ao fechamento de terça-feira.
O mercado faz mais uma tentativa de encontrar um piso. O S&P 500 subiu 8% desde 12 de outubro, quando fechou no menor nível desde novembro de 2020.
Na renda fixa, há um certo otimismo com títulos do Tesouro americano à medida que os investidores acumulam posições longas e reduzem apostas em aumentos agressivos do Federal Reserve.
Uma pesquisa da Bloomberg junto a economistas, na maioria de Wall Street, mostra a probabilidade de uma recessão no próximo ano em 60%, acima dos 50% do mês anterior. Os economistas da Bloomberg, como Eliza Winger, são mais pessimistas e veem a chance de recessão em 100% nos próximos 12 meses.
O aperto monetário do Fed deixou as economias avançadas mais perto de uma contração, com queda de 19% do S&P 500 até agora este ano. Os yields dos títulos do Tesouro americano de 10 anos subiram mais de 2,5 ponto percentual no mesmo período.
A renda variável e o crédito ficarão especialmente vulneráveis se houver uma recessão, disseram Trivedi e seus colegas. Eles aconselham quem tem um horizonte de investimento mais longo a aumentar a exposição a ativos como dívida europeia de grau de investimento e talvez dívida imobiliária.
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