Goldman teme que rali das ações americanas de 2023 já acabou
O rali das ações americanas neste início de ano pode ter sido seu melhor momento em 2023, segundo estrategistas do Goldman Sachs.
Depois de subir cerca de 7% em um mês, o S&P 500 agora precifica sinais de crescimento econômico melhor do que o esperado e queda nos yields dos títulos do Tesouro americano, disseram os estrategistas liderados por David Kostin. Ao mesmo tempo, múltiplos de preços altos, lucros medíocres e juros elevados significam que há pouco espaço para o rali se estender, disseram. É uma visão compartilhada por Michael Wilson do Morgan Stanley.
Os estrategistas do Goldman elevaram seu preço-alvo de três meses para o índice de referência americano de 3.600 para 4.000 pontos, mas isso ainda implica uma queda de 3% em relação ao último fechamento. E eles mantiveram sua meta para o final de 2023 em 4.000 pontos, sugerindo que não veem potencial de alta para o resto do ano.
Kostin, que permaneceu relativamente pessimista em relação às ações americanas ao longo de todo o ano passado por conta da desaceleração econômica, não está sozinho ao achar que o mercado de renda variável dos EUA enfrenta outro ano difícil, após o pior desempenho anual desde 2008.
Wilson, do Morgan Stanley, que ficou em primeiro lugar no ranking da Institutional Investor do ano passado, disse que não acredita que a recuperação desde a mínima de outubro represente um novo mercado de alta, embora a confiança do investidor tenha melhorado.
Apostas em uma economia americana resistente, sinais de inflação mais branda e otimismo com a diminuição do ritmo de aperto monetário do Federal Reserve estimularam o apetite por tomada de risco. Mas Kostin alertou para “o risco substancial de queda” para as ações no caso de uma recessão.
O estrategista do Goldman disse que as alternativas às ações americanas — inclusive dinheiro em caixa, crédito e ações fora dos EUA — estão mais atraentes.
Seus colegas do JPMorgan concordam que os mercados internacionais parecem “muito mais interessantes” do que os EUA, onde os múltiplos de preço estão mais altos.