Goldman Sachs: Selic fica onde está sem reforma da Previdência
Se uma derrota da reforma da Previdência na Câmara provocar disparada do dólar frente ao real, atormentando as expectativas para a inflação, o Banco Central deve deixar a taxa Selic parada em 7% ao ano na próxima reunião do Copom em fevereiro.
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Este é um dos cenários traçados por Alberto Ramos, economista-chefe para América Latina do Goldman Sachs, em nota enviada a clientes na qual examina a ata, divulgada nesta terça-feira (12), da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central.
Para Ramos, por outro lado, em caso de avanço do projeto de altera regras da aposentadoria, o BC poderia seguir adiante no ciclo de corte no juro básico com mais uma redução de 0,25 ponto percentual em fevereiro, seguida por outra também de 0,25 ponto em março.
A ata do Copom referente ao encontro no qual a Selic caiu de 7,5% para 7% ao ano, na semana passada, diz que o colegiado vê, “neste momento, como adequada uma nova redução moderada na magnitude de flexibilização monetária”. “Para frente, o comitê entende que o atual estágio do ciclo recomenda cautela na condução da política monetária.”
No documento, os membros do Copom veem os indicadores de inflação em níveis “confortáveis ou baixos”, mas notam riscos em caso de “frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira, em particular em um contexto de reversão do corrente cenário externo favorável para economias emergentes”.
Na visão do economista-chefe do banco americano, ao mesmo tempo em que sugere um corte de 0,25 ponto em fevereiro, o documento do BC deixa em aberto a chance de redução de 0,50 ponto. “A meta do Copom para a próxima reunião está longe de ser um comprometimento forte e bem cimentado.”