Goldman Sachs prevê estabilização da economia chinesa em 2020; PIB crescerá 5,8%
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O abrandamento das tensões comerciais, a retração do setor de manufatura global atingindo um piso e a continuidade de uma política cautelosa de apoio do governo chinês são fatores que devem estabilizar a economia da China em 2020, segundo o Goldman Sachs.
A segunda maior economia do mundo deve crescer 5,8% no ano que vem, impulsionada por gastos consistentes dos consumidores, disseram economistas como Andrew Tilton e Hui Shan em relatório sobre o cenário para 2020 publicado na sexta-feira. O consenso entre economistas consultados pela Bloomberg indica uma expansão do PIB de 5,9% em 2020.
A estabilização, ou mesmo uma “fraca reaceleração sequencial”, projetada pelo Goldman no próximo ano seria um bom resultado para o governo da China, que enfrenta os efeitos da desaceleração resultante das iniciativas para diminuir os riscos financeiros e o impacto sobre a confiança, abalada pela guerra comercial ao longo de 2019.
Reconhecendo que o Banco Popular da China e as autoridades fiscais aumentaram as políticas de apoio este ano, os economistas do Goldman ainda veem a necessidade de um maior afrouxamento em 2020, “com ênfase em medidas fiscais”.
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Houve uma “mudança na política doméstica para uma postura mais conservadora, que coloca relativamente mais peso no controle de riscos e na sustentabilidade e aceita um crescimento ligeiramente menor como preço para reduzir o risco de cauda”, escreveram os economistas.
Segundo o banco, o governo chinês está cada vez mais inclinado a adotar políticas de longo prazo.
A aceleração dos preços ao consumidor na China durante o surto de peste suína este ano representou um desafio para o governo, já que veio acompanhada de uma deflação no setor industrial. Para 2020, é provável que essa situação continue, disseram os economistas.
A reposição dos plantéis de suínos deve diminuir a pressão sobre a inflação no segundo semestre de 2020. O banco espera uma melhora moderada na deflação dos preços ao produtor.
O maior risco para esse quadro de estabilização é um colapso das negociações comerciais EUA-China.
“Ambos os lados têm um incentivo para negociar de forma agressiva e cada um parece perceber que está na vantagem”, segundo o relatório.
“Vemos as próximas semanas como a fase crítica, antes da implementação tarifária programada para 15 de dezembro.”