Goldman Sachs: Por que zerar o déficit não vai salvar Brasil da dívida pública alta?
O Ministério da Fazenda tem um plano bem claro de reduzir o déficit público. O arcabouço fiscal determina como meta o déficit zero já no ano que vem, seguindo de superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, e de 1% em 2026.
No entanto, isso não significa que o governo vai resolver o problema de dívida pública, que atualmente se encontra em 75%, em relação ao PIB.
Em entrevista à CNN, o diretor de pesquisa econômica para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, destacou que o plano da equipe econômica não é o suficiente para estabilizar a dívida pública brasileira.
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“Estabilizar a dívida num patamar elevado deixa o Brasil vulnerável a choques macroeconômicos. Seria ideal ter um primário robusto para pôr a dívida em trajetória descendente”, afirma. Segundo Ramos, seria importante elevar o primário para 2% ou 2,5% do PIB.
O economista lembra que o resultado primário não considera os juros que incidem sobre a dívida. Ou seja, o superávit não garante que haja dinheiro para diminuir o estoque de dívida. Além disso, ele destaca que as projeções do mercado apontam para resultados mais baixos do que o esperado pela Fazenda.
Déficit chega a US$ 230 milhões em outubro
Segundo as Estatísticas do Setor Externo, divulgadas pelo Banco Central nesta segunda-feira (4), o déficit registrado no mês de outubro ficou em US$ 230 milhões nas transações correntes do Brasil. Já no acumulado de 12 meses, o déficit é de US$ 34 bilhões, equivalente a 1,62% do PIB.
Os Investimentos Diretos no País (IDP) caíram de US$ 5,8 bilhões no mesmo mês do ano passado para US$ 3,3 bilhões. No acumulado em 12 meses, o montante é de US$ 57,5 bilhões (2,74% do PIB).