Goldman Sachs: Populista pode zerar avanços conquistados desde impeachment
O Goldman Sachs avalia que a economia brasileira pode acelerar do crescimento esperado de 1% em 2017 para 2,7% em 2018 com a inflação ancorada e um modesto equilíbrio da conta corrente, mostra um relatório assinado pelo economista Alberto Ramos.
Segundo o banco, as projeções macroeconômicas e financeiras para o biênio de 2018 e 2019 continuam complexas e desafiadoras, mas já são mais construtivas e esperançosas do que no período de 2016 a 2017 criadas após o impeachment.
“Lentamente, mas de forma constante, a economia brasileira avançou para um melhor equilíbrio macro, mas o lento progresso em direção à consolidação fiscal poderia potencialmente comprometer os ganhos recentemente alcançados no desempenho macroeconômico e nos preços dos ativos”, alerta a análise.
Na avaliação do Goldman Sachs, a consolidação fiscal será um desafio de vários anos que precisará ser aprofundado na próxima administração. Além disso, é incerto se a eleição de outubro de 2018 habilitará uma administração que seria comprometida e politicamente capaz, de buscar um caminho de reforma e ajuste, ressalta o documento.
“Um populista/heterodoxo no último trimestre de 2018 como resultado eleitoral – o que daria origem a preocupações sobre a continuidade do atual enfoque político ortodoxo favorável ao mercado – seria provável para desencadear uma reação de mercado adversa e pode prejudicar a sustentabilidade da recuperação econômica”, explica o banco.