Goldman Sachs: PIB global será um dos piores em 40 anos, mas sem recessão (ainda)
O Goldman Sachs reviu sua previsão para o crescimento do PIB global neste ano. A boa notícia é que o banco não enxerga uma recessão global causada pela pandemia de coronavírus. A má é que ela não está descartada pela instituição.
Jan Hatzius, Daan Struyven e Ronnie Walker, que assinam o relatório, estimam que a economia mundial crescerá apenas 1,25% neste ano, por causa da crise gerada pelo vírus. A previsão é uma média de 40 países acompanhados cotidianamente pelo banco.
Embora seja um número positivo e os especialistas não tenham uma definição clara sobre o que é uma recessão, os analistas afirmam que essa projeção poderia se candidatar a essa classificação, já que seria o terceiro pior resultado nos últimos 40 anos.
“De fato, o 1,25% seria o terceiro ano mais fraco das últimas quatro décadas – não tão ruim, quanto as recessões encerradas em 1982 e 2009, mas pior que as suaves recessões de 1991 e 2001”, afirma o relatório.
Pessimismo
Por ora, o trio acredita que a queda do PIB mundial se concentre no primeiro semestre, o que permitiria uma certa recuperação a partir de julho. Os analistas advertem, contudo, que a tendência é que projeção seja revista para baixo.
Isto porque, o Goldman Sachs explica que o cálculo não considera uma eventual paralisação da economia dos EUA e de alguns importantes países da Europa. Os últimos desdobramentos da pandemia, porém, mostram que esse cenário pode ocorrer.
Além disso, o banco espera que os casos de contaminação atinjam um pico em abril, a partir do qual, a pandemia comece a recuar.
A estimativa é baseada nas curvas da China, Japão e Coreia do Sul, mas o Goldman Sachs admite que é difícil prever se os países ocidentais serão capazes de conter o coronavírus com a mesma velocidade que os asiáticos.