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Goldman Sachs oferece a maior licença parental de Wall Street

04 nov 2019, 19:15 - atualizado em 04 nov 2019, 19:15
Bancos Goldman Sachs
A decisão de dar a pais e mães o mesmo período de afastamento se destaca em um setor que geralmente usa a distinção entre cuidador “primário” e “secundário” (Imagem: Reuters/Brendan McDermid)

Quem tem um bebê no Goldman Sachs agora pode tirar licença paga por mais tempo do que em qualquer outro grande banco dos EUA.

Os funcionários podem tirar 20 semanas de licença parental paga. O padrão em Wall Street é de 16 semanas. Todos os pais e mães podem tirar o mesmo tempo de licença, independentemente do gênero ou se é a pessoa que mais cuida da criança. O anúncio foi feito na segunda-feira.

A decisão de dar a pais e mães o mesmo período de afastamento se destaca em um setor que geralmente usa a distinção entre cuidador “primário” e “secundário”. A maioria dos grandes bancos oferece menos tempo de licença paga a cuidadores secundários.

A prática levou a acusações de viés. Em maio, o JPMorgan Chase pagou US$ 5 milhões para resolver um processo de discriminação movido por um funcionário do sexo masculino que alegou que os homens eram desestimulados a assumir o status de “cuidador principal”.

O JPMorgan prometeu no âmbito do acordo que deixará mais claro para os empregados homens que podem tirar licença como cuidadores primários.

Mesmo quando se qualificam tecnicamente para tirar licenças mais longas, os papais de Wall Street enfrentam pressões implícitas para não tomar essa decisão, segundo reportagem veiculada pela Bloomberg este ano. Os bancos afirmam que estão trabalhando para reduzir o estigma associado a pedir afastamento do trabalho.

Nos EUA, a legislação federal apenas protege o emprego da mãe durante 12 semanas após o parto ou adoção, sem exigir compensação à funcionária. Benefícios maiores fazem parte dos pacotes oferecidos pelas empresas aos empregados.

Na segunda-feira, o Goldman também introduziu pagamentos a funcionárias que se submetem a retirada e doação de óvulos, orçamento ampliado para adoção e barrigas de aluguel e quatro semanas de licença paga para quem cuida de familiares doentes. As mudanças entraram em vigor em 1º de novembro.