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Goldman Sachs faz acordo de US$ 3,9 bilhões com Malásia sobre 1MDB

24 jul 2020, 10:59 - atualizado em 24 jul 2020, 11:00
Goldman Sachs GS
O Goldman sempre negou irregularidades, dizendo que certos membros do ex-governo da Malásia e do 1MDB mentiram para ele sobre como os recursos provenientes da venda de títulos seriam usados (Imagem: Reuters/David Gray)

O Goldman Sachs  chegou nesta sexta-feira a um acordo de 3,9 bilhões de dólares com a Malásia devido ao escândalo multibilionário envolvendo o fundo soberano 1MDB que inclui a retirada de todas as acusações criminais contra o banco de investimentos norte-americano.

O acordo inclui um pagamento em dinheiro de 2,5 bilhões de dólares pelo Goldman e uma garantia do banco de devolver pelo menos 1,4 bilhão de dólares em recursos de ativos vinculados ao fundo soberano 1Malaysia Development Bhd (1MDB), disseram os dois lados.

O acordo é o maior alcançado até agora nos esforços da Malásia para recuperar fundos supostamente roubados do 1MDB, e é uma grande vitória para a administração de quatro meses do primeiro-ministro da Malásia, Muhyiddin Yassin.

“Estamos confiantes de que estamos obtendo mais dinheiro do Goldman Sachs em comparação com as tentativas anteriores, que estavam muito abaixo das expectativas”, disse o ministro das Finanças, Tengku Zafrul Aziz, em comunicado.

“Também estamos satisfeitos por poder resolver isso fora do sistema judicial, o que custaria muito tempo, dinheiro e recursos”, disse ele, acrescentando que o acordo encerraria todas as acusações e ações pendentes contra o Goldman.

As autoridades da Malásia e dos EUA dizem que 4,5 bilhões de dólares foram roubados do 1MDB em um esquema elaborado que abrangeu o mundo e implicou o ex-primeiro-ministro da Malásia Najib Razak e o Goldman, entre outros.

Estamos confiantes de que estamos obtendo mais dinheiro do Goldman Sachs em comparação com as tentativas anteriores, que estavam muito abaixo das expectativas”, disse o ministro das Finanças, Tengku Zafrul Aziz (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

Promotores dos EUA disseram que o dinheiro foi usado para comprar obras de arte, incluindo pinturas de Vincent Van Gogh e Claude Monet, propriedades de luxo em Nova York e Londres e para financiar o filme “O Lobo de Wall Street”.

Os promotores malaios apresentaram acusações em dezembro de 2018 contra três unidades Goldman por enganar investidores sobre vendas de títulos, totalizando 6,5 bilhões de dólares, que o banco ajudou a levantar para o 1MDB.

De acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, o Goldman ganhou 600 milhões de dólares em taxas pela venda de títulos.

O Goldman sempre negou irregularidades, dizendo que certos membros do ex-governo da Malásia e do 1MDB mentiram para ele sobre como os recursos provenientes da venda de títulos seriam usados.

As unidades da Goldman Sachs se declararam inocentes das acusações.

O Goldman confirmou o acordo.