Goldman Sachs eleva preço-alvo para Hapvida (HAPV3) e projeta salto de quase 50% nas ações nos próximos 12 meses

Na revisão das estimativas após os resultados do primeiro trimestre de 2025 (1T25), o Goldman Sachs elevou o preço-alvo para as ações da Hapvida (HAPV3) nesta terça-feira (27).
O banco agora estima HAPV3 a R$ 4,20 nos próximos 12 meses, o que representa um potencial de valorização de 48,4% sobre o preço de fechamento da última segunda-feira (26). O preço-alvo anterior era de R$ 3,80.
Nesta terça-feira (27), HAPV3 operou em alta no Ibovespa (IBOV). A ação subiu 3,18%, a R$ 2,92. No ano, a companhia acumula avanço de 30% na bolsa brasileira.
Hapvida é compra
O Goldman Sachs também reiterou a recomendação de compra para os papéis da operadora de saúde.
Segundo o banco, o atual valuation da companhia mantém um ponto de entrada “atraente” para a ação, mesmo em em meio a uma perspectiva de crescimento incerta para a empresa no médio prazo e uma alta de mais de 20% acumulada após os resultados do 1T25.
“Após um conjunto de resultados no quarto trimestre de 2024 (4T24) em que a empresa havia reestruturado várias partes móveis do Demonstrativo de Resultados, a Hapvida apresentou um 1T25 mais limpo, o que, em nossa opinião, impulsionou não apenas uma revisão para cima nos lucros, mas também uma descompressão no múltiplo devido a uma melhor visibilidade operacional da história”, escreveu o analista Gustavo Miele em relatório.
O analista também destacou a desaceleração tanto nas contingências quanto na constituição de novos depósitos judiciais — “o que foi uma indicação da maior capacidade da empresa de lidar com ações judiciais de beneficiários”.
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O que esperar daqui para frente
Para os próximos trimestres, o Goldman Sachs estima as contingências totais para a empresa em 1,9% da receita líquida ante 3,3% em base recorrente no 4T24.
“Reconhecemos que assumir que não haverá mais ganhos de contingências em 2025 pode ser visto como conservador à luz das melhorias da empresa nesse aspecto, mas o fazemos dada a falta de visibilidade sobre o momento para mais ganhos e porque novas ações judiciais contra a empresa parecem ainda estar em um nível relativamente alto”, diz o relatório.
Para o ano de 2025, o banco estima um lucro líquido de R$ 1,407 milhões.
O Goldman também projeta um MRL — que representa a porcentagem das receitas de prêmios que uma seguradora paga em sinistros médicos — de caixa de 68,2%, o que deve implicar em uma melhoria de 1 ponto percentual na comparação anual.
Por outro lado, o banco espera que as adições líquidas de beneficiários sejam ligeiramente negativas em 2025, após um desempenho fraco no 1T25 e um ambiente competitivo ainda acirrado.
“Estamos revisando nossa estimativa para as adições líquidas de beneficiários da Hapvida em 2025 para -26 mil ( ante -8 mil anteriormente), refletindo um desempenho mais fraco do que o esperado no 1T25 de perda de 70 mil beneficiários”, diz o relatório.
Gustavo Miele, analista do Goldman Sachs mantém, por sua vez, uma visão cautelosa sobre a presença da Hapvida em São Paulo, considerando que alguns outros participantes do mercado desfrutando de forte impulso de crescimento nos últimos meses, como Amil, SulAmérica, Porto Seguro.