Goldman Sachs eleva Natura (NTCO3) para compra, de olho em fator que pode desbloquear dividendos atraentes
O Goldman Sachs elevou sua recomendação para Natura (NTCO3) de neutra para compra, mantendo o preço-alvo de R$ 16 para a ação, o que implica em um potencial de alta de 27%. Os analistas têm em vista o avanço da companhia na simplificação de suas operações, o que pode desbloquear retornos atraentes para os acionistas a partir da otimização da estrutura de capital.
Ainda que o futuro da Avon International ainda não esteja definido e a integração do Onda 2 (processo de integração entre as marcas Natura e Avon na América Latina) no México a Argentina apresentem riscos, a analista Irma Sgarz e equipe, que assinam o relatório, veem espaço para um rendimento de dividendos atraente já neste ano, com aumento adicional a partir de 2026 no caso de uma separação da Avon.
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O Goldman Sachs recorda que a administração da Natura está avaliando alternativas estratégicas para a Avon International, incluindo uma potencial separação, venda ou parceria da unidade.
Endossando a elevação para compra, o banco gringo pondera que, em meio a uma perspectiva macroeconômica incerta para os ativos cíclicos de consumo do Brasil, a Natura é uma ação mais atraente, oferecendo um perfil de demanda bastante defensivo, múltiplos descontados e estrutura para um rendimento de dividendos de nível baixo a médio.
O que esperar da Natura?
A Natura ainda está trilhando o seu caminho em busca de simplificação das operações e da estrutura corporativa. No entanto, os analistas destacam o progresso da empresa em abordar o caminho para a operação não essencial da Avon International, fundindo as marcas Avon e Natura na América Latina (Onda 2), impulsionando as eficiências e a capacidade de inovação.
Com o investidor brasileiro diante de um cenário macro incerto, o Goldman Sachs coloca a Natura como uma alternativa atraente, oferecendo uma combinação de perfil de demanda relativamente defensivo, iniciativas de autoajuda e opções de alocação de capital.
O Goldman Sachs estima um aumento das receitas da Natura (excluindo a Avon Internacional) em uma média de 5% na base anual em 2025 e 2026, com o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado crescendo em uma média de 9% ao ano.
“Além disso, nossa análise de cenários potenciais para geração de caixa em 2025 e estrutura de capital alvo sugere espaço para pagamento de um atrativo rendimento de dividendos de 10% referente aos resultados de 2024 e 2025, embora observemos que o pagamento exato provavelmente dependeria da progressão e do formato de uma possível separação da Avon International”.
Os analistas colocam como datas relevantes a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2024 da Natura, em 13 de março, e reunião anual de acionistas, em 25 de abril, quando deve ocorrer a aprovação de uma potencial proposta de dividendo.