Goldman prevê maior compra de títulos pelo BOE com nova recessão
O Banco da Inglaterra deve combater a recessão de duplo mergulho com o aumento do programa de flexibilização quantitativa para quase 1 trilhão de libras (US$ 1,4 trilhão), segundo estimativa do Goldman Sachs.
O Goldman, cujas previsões para a economia do Reino Unido estavam entre as mais otimistas nos últimos meses, agora espera que o terceiro lockdown no país causado pela Covid-19 provoque queda de 1,5% do PIB no primeiro trimestre de 2021. Esse resultado, afirma, pode piorar devido à imprevisibilidade da nova cepa do coronavírus que se espalha pelo país.
Isso deve levar a mais ações do banco central, disse o Goldman em relatório na quinta-feira. O afrouxamento começará em fevereiro com uma aceleração do ritmo de compras de títulos gilt e termos mais flexíveis para o programa de empréstimos de emergência do BOE, seguido por um aumento de 100 bilhões de libras das compras de ativos em maio.
Alterar o programa de flexibilização quantitativa se tornou a principal ferramenta do BOE no combate à crise que levou à rápida expansão da dívida do governo. Um aumento desse porte levará o total para 995 bilhões de libras, ou quase metade do tamanho da economia do Reino Unido.
Os analistas do Goldman, liderados por Jari Stehn, disseram que o corte das taxas de juros – atualmente em 0,1% – se tornou mais provável após o novo lockdown. Mas não esperam tal medida, a menos que as perspectivas piorem ainda mais.
Uma segunda recessão no Reino Unido em um ano rapidamente se tornou consenso entre economistas desde que o primeiro-ministro Boris Johnson impôs várias restrições nesta semana, incluindo o fechamento de escolas, a fim de conter a propagação do vírus.
Ainda assim, os danos não devem ser tão graves quanto a retração recorde de 18,8% no segundo trimestre de 2020. O Goldman permanece mais otimista do que a maioria sobre as perspectivas de longo prazo, dizendo que o Reino Unido está bem posicionado para se beneficiar da distribuição de vacinas e política fiscal favorável.
A previsão do banco, de crescimento de 5,6% em 2021, está acima da estimativa média de economistas em pesquisa da Bloomberg em dezembro, antes do anúncio do novo lockdown.