Goldman pode aumentar bônus para divisão de trading em até 20%

O Goldman Sachs planeja aumentar os bônus para a divisão de trading em até 20%, disseram pessoas a par do assunto, já que a unidade recuperou sua estatura de galinha dos ovos de ouro do banco.

Os contracheques mais gordos vêm na sequência de um salto de 49% da receita após uma década fraca para um grupo que já foi motivo de inveja em Wall Street. Segmentos da divisão de negociação, especialmente em renda fixa, receberiam pagamentos muito maiores.

Executivos do Goldman tentam evitar que certos talentos sejam atraídos para unidades de empresas de buy-side administradas por investidores como Ken Griffin, Izzy Englander e Steven Cohen.

Haverá maior divergência nos pagamentos do que em anos anteriores. Algumas pessoas podem receber bônus menores, apesar de gerarem mais receita, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas. Os números finais ainda estão sendo ajustados e dependerão de quão bem o banco evitará contratempos nas semanas finais do ano.

As decisões sobre os bônus do Goldman têm sido um tópico delicado desde que o sucesso da empresa durante a crise financeira de 2008 chamou a atenção do público. Mas, neste ano, quase todos bancos em Wall Street registraram ganhos surpreendentes, dando às potências mais cobertura para compartilhar os lucros.

O JPMorgan Chase planeja elevar os bônus para funcionários de vendas e trading entre 15% e 20%, disseram pessoas com conhecimento das negociações.

Um representante do Goldman Sachs não quis comentar.

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Na divisão de mercados, os operadores que navegaram pelas fortes oscilações de preços embolsarão recompensas muito maiores do que vendedores que cuidam do relacionamento com clientes. Embora muitos vendedores tenham conseguido trazer mais negócios, alguns deles foram em virtude de terem um cartão de visita do Goldman, disse um executivo sênior.

Ainda assim, a divisão de trading se sairá melhor do que alguns insiders temiam depois de um ano em que o Goldman prometeu cortar custos e recebeu multas vinculadas ao escândalo do fundo de investimento 1MDB da Malásia. Isso contribuiu para mais de US$ 3 bilhões em provisões legais, que reduziram em mais de 5 pontos percentuais o retorno sobre o patrimônio do banco.

Gerentes insistem que os ganhos persistirão mesmo após o alívio da crise causada pela pandemia. Segundo um executivo, ninguém voltará a voar em uma companhia aérea de baixo custo depois de voar em uma operadora de maior porte.