Goldman planeja transferir até US$ 60 bilhões em ativos para Alemanha
O Goldman Sachs vai transferir até US$ 60 bilhões em ativos do Reino Unido para Frankfurt, em mais um sinal de que bancos buscam expandir as operações na União Europeia antes do Brexit.
O banco de Wall Street planeja transferir entre US$ 40 bilhões a US$ 60 bilhões para a subsidiária alemã até o fim do ano, de acordo com pessoas a par do assunto que pediram anonimato.
O Goldman Sachs Bank Europe SE, subsidiária com sede em Frankfurt que receberá os ativos, tinha apenas 3,4 bilhões de euros (US$ 4 bilhões) no fim do ano passado, de acordo com relatório anual.
O Goldman pode transferir mais ativos com o tempo se as operações continentais crescerem, segundo uma das pessoas.
Um porta-voz do Goldman Sachs não quis comentar.
Com menos de 40 dias úteis até o término do período de transição do Reino Unido, bancos internacionais aceleram os planos de reforçar as operações na Europa para lidar com o aumento da atividade de clientes a partir de 1º de janeiro.
Mesmo que o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, consiga um acordo comercial, empresas financeiras com unidades em Londres perderão seus direitos de passaporte.
O JPMorgan Chase tem planos de transferir US$ 230 bilhões para Frankfurt e, com a decisão do Goldman, os dois bancos dos EUA responderão por quase 75% dos cerca de 400 bilhões de euros que instituições estrangeiras deslocarão para a Alemanha até o fim do ano, de acordo com o Bundesbank.
As medidas quase triplicarão os balanços patrimoniais combinados de bancos não alemães no país, estimou o banco central.
Outros bancos com planos de expansão no centro financeiro da Alemanha incluem o Citigroup, UBS e Standard Chartered
Em setembro, o Goldman acelerou planos para transferir mais de 100 funcionários de Londres para cidades europeias, enquanto o JPMorgan pediu que 200 empregados se mudassem.
Um relatório da consultoria EY mostrou no mês passado que empresas de serviços financeiros que operam no Reino Unido já haviam transferido cerca de 7,5 mil funcionários para a UE desde que o Reino Unido votou pela saída do bloco.