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Goldman planeja nova rodada de demissões após pausa em pandemia

18 nov 2020, 8:03 - atualizado em 18 nov 2020, 8:03
Goldman Sachs
A nova onda de cortes não deve superar as 400 posições que o banco começou a eliminar em setembro, segundo pessoas com conhecimento do assunto (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

O Goldman Sachs se prepara para reduzir a força de trabalho pela segunda vez em apenas três meses, já que a pausa nas demissões durante a pandemia dá lugar ao objetivo de melhorar a eficiência.

A nova onda de cortes não deve superar as 400 posições que o banco começou a eliminar em setembro, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

Mas executivos preveem que as demissões devem aumentar no próximo ano, no que poderia resultar em uma das mais significativas reduções da força de trabalho do banco, que parece querer cumprir a promessa de controlar custos.

Grandes bancos dos EUA, incluindo o Goldman Sachs, se comprometeram no início do ano a evitar grandes demissões durante a pandemia.

A determinação do setor perdeu força diante da persistência do coronavírus, e executivos voltaram a se concentrar em iniciativas anteriores de corte de custos.

Em janeiro, o Goldman havia estabelecido uma meta para eliminar mais de US$ 1 bilhão em despesas e estuda como cumprir esse objetivo.

Uma porta-voz do banco reiterou um comunicado de setembro. “No início da pandemia, a empresa anunciou que suspenderia qualquer corte de empregos”, disse o banco na época. “A empresa decidiu seguir com um número modesto de demissões.”

Ao contrário de grandes bancos tradicionais que se preparam para fortes perdas com empréstimos, o Goldman, focado em Wall Street, se beneficiou da turbulência relacionada ao coronavírus que gerou ganhos para as mesas de negociações e novos negócios para banqueiros de investimento.

Líderes do alto escalão têm relutado em usar os ganhos extras de alguns bons trimestres para adiar medidas de corte de custos, enquanto buscam maneiras de aumentar o preço das ações.

O Goldman deve ultrapassar US$ 40 bilhões em receita anual apenas pela terceira vez em sua história, agora impulsionado pela força em várias divisões. Mesmo a nova unidade de consumo resistiu à pandemia e não foi muito afetada.

Mas a liderança do banco está incomodada com o desempenho das ações, que têm sido negociadas abaixo do valor patrimonial durante grande parte dos dois anos de David Solomon no comando da empresa. O indicador mostra que o mercado valoriza o Goldman menos do que a soma de suas próprias peças.

O Goldman, que normalmente despede executivos de pior desempenho todos os anos, já havia adiado esse exercício anual para tranquilizar empregados ansiosos em um ambiente econômico incerto.

O Goldman deve ultrapassar US$ 40 bilhões em receita anual apenas pela terceira vez em sua história (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

Como a pandemia se arrasta sem uma data de término certa, os líderes do banco inverteram o curso e mostram disposição de retomar as estratégias.

O banco também deve acelerar a transferência de empregos de centros financeiros globais para outras cidades, como Dallas, para controlar custos.

Embora os planos já estivessem em andamento antes mesmo da chegada do coronavírus, com a pandemia a liderança do banco está mais confiante de que pode atribuir mais funções a unidades menores do que o planejado anteriormente, disse uma das pessoas.