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Goldman planeja cortar 3.200 empregos após revisão de custos

09 jan 2023, 9:37 - atualizado em 09 jan 2023, 9:37
Goldman Sachs
O Goldman deve iniciar o processo até o meio da semana, e o número total de pessoas afetadas não vai superar 3.200, segundo uma pessoa com conhecimento do assunto (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid/File Photo)

O Goldman Sachs prepara uma de suas maiores rodadas de demissões de todos os tempos ao fechar um plano para eliminar cerca de 3.200 empregos nesta semana, em uma decisão da liderança do banco de fazer um corte mais profundo do que os rivais.

O Goldman deve iniciar o processo até o meio da semana, e o número total de pessoas afetadas não vai superar 3.200, segundo uma pessoa com conhecimento do assunto. Mais de um terço das demissões provavelmente terá como foco as unidades de trading e bancária, o que indica a amplitude dos cortes.

A empresa também está prestes a revelar as finanças ligadas a uma nova unidade que incorpora o negócio de cartão de crédito e empréstimos a prestações, que vai registrar mais de US$ 2 bilhões em perdas antes dos impostos, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas.

Um porta-voz do Goldman de Nova York não quis comentar. As demissões no banco de investimento são elevadas pela inclusão de cargos que não fazem parte do “front-office” e que foram adicionados ao quadro de funcionários da divisão nos últimos anos.

O banco ainda tem planos de continuar contratando, o que inclui a classe de analistas ainda este ano.

Sob o comando do CEO David Solomon, o número de funcionários deu um salto de 34% desde o fim de 2018, tendo ultrapassado 49.000 em 30 de setembro, de acordo com os dados. A escala das demissões neste ano também é afetada pela decisão da empresa de não realizar os cortes anuais relacionados ao baixo desempenho durante a pandemia.

O desaquecimento em várias linhas de negócios, a cara investida no setor bancário de consumo e um cenário incerto para os mercados e para a economia levam o banco a reduzir custos.

A atividade de fusões e as comissões em captação de fundos para empresas foram afetadas em Wall Street. Além disso, a queda nos preços dos ativos eliminou outra fonte de fortes ganhos para o Goldman em relação a apenas um ano atrás. Essas tendências mais amplas do setor foram agravadas pelos erros da instituição em sua aposta no banco de varejo, onde as perdas se acumularam em um ritmo muito mais rápido do que o previsto ao longo do ano.

Isso levou a uma queda de 46% dos lucros frente a cerca de US$ 48 bilhões em receita, segundo estimativas de analistas. Ainda assim, esse faturamento foi impulsionado pela divisão de trading, que tende a novamente registrar expansão neste ano, o que pode ajudar o Goldman a atingir seu segundo melhor desempenho já registrado.

O número final de demissões é significativamente menor do que as propostas anteriores nos cargos de gestão, que poderiam ter eliminado quase 4.000 empregos.

O último grande corte dessa escala ocorreu após o colapso do Lehman Brothers em 2008. O Goldman embarcou em um plano para cortar mais de 3.000 empregos, ou quase 10% da força de trabalho na época, e os principais executivos optaram por abrir mão de seus bônus.

Problemas compartilhados

Os cortes mais recentes representam um reconhecimento de que mesmo segmentos com melhor desempenho este ano também terão que arcar com os problemas que afetam a empresa como um todo, que não atingirá as metas estabelecidas para os acionistas em um ano de redução de despesas.

Esse fraco desempenho ficou particularmente evidente na nova unidade chamada Platform Solutions, cujos números se destacam quando analisados separadamente.

O impacto de mais de US$ 2 bilhões é ampliado pelas provisões para perdas com empréstimos, exacerbadas por novas regras contábeis que obrigam o banco a reservar mais dinheiro à medida que os volumes de crédito concedido crescem e as despesas aumentam.

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bloomberg@moneytimes.com.br
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