Bancos

Goldman, Nomura retornam 10% da equipe a escritórios de Londres

15 jul 2020, 13:05 - atualizado em 15 jul 2020, 13:05
Goldman Sachs
O Goldman Sachs, que geralmente tem cerca de 6,5 mil pessoas trabalhando na sede da Europa (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

Goldman Sachs e Nomura decidiram trazer cerca de 10% das equipes de Londres de volta aos escritórios em meio ao pedido do governo do Reino Unido para que empresas ajudem a repovoar o distrito financeiro da cidade.

O Goldman Sachs, que geralmente tem cerca de 6,5 mil pessoas trabalhando na sede da Europa, agora conta com apenas 700 funcionários estimados por dia.

A Nomura possui cerca de 200 funcionários que se deslocam para os escritórios nos arredores do rio Tamisa, de acordo com pessoas a par da situação que não quiseram ser identificadas.

Por enquanto, a Nomura limitou o máximo de funcionários com permissão de voltar aos escritórios em cerca de 300 – ou 15% da equipe no Reino Unido.

No JPMorgan Chase, cerca de 15% da equipe retornou, enquanto banqueiros de fusões e aquisições retornaram pela primeira vez nesta semana.

O número reduzido de funcionários pode ser típico de um novo normal em uma área metropolitana em expansão, onde 520 mil pessoas têm empregos em serviços financeiros e muitas conseguiram trabalhar de casa de maneira relativamente tranquila.

As equipes de trading foram as únicas presentes nos escritórios durante quarentena, e os bancos adotaram medidas de distanciamento social, questionários de saúde e uso de máscaras por segurança.

No JPMorgan Chase, cerca de 15% da equipe retornou, enquanto banqueiros de fusões e aquisições retornaram pela primeira vez nesta semana (Imagem: REUTERS/Lucy Nicholson)

Ainda assim, muitos britânicos continuam com receio de retornar às rotinas antigas, apesar dos apelos do primeiro-ministro Boris Johnson, preocupado com os efeitos de distritos comerciais vazios em restaurantes e no setor de serviços.

Um relatório encomendado pelo principal assessor científico do governo britânico, Patrick Vallance, alertou que 120 mil pessoas poderiam morrer em uma segunda onda de Covid-19.

Executivos do setor bancário em Londres estão cientes dos precedentes na Ásia, onde novos focos de vírus trouxeram de volta as quarentenas.

Paco Ybarra, do Citigroup, alertou que, sem uma vacina, a ocupação completa nos escritórios pode ser impossível.

Parte do problema é o tamanho de Londres, suas ruas estreitas e a dependência do transporte público, o que levou governos locais a converter o espaço das ruas em passarelas para pedestres e oferecer patinetes elétricas.

Algumas empresas foram ainda mais cautelosas. A gigante CBOE Global Markets, que tem cerca de 100 funcionários em Londres, planeja reabrir apenas em setembro, citando uma experiência bem-sucedida de trabalhar em casa. Qualquer retorno está sujeito a uma avaliação contínua, disse um porta-voz.

Paco Ybarra, do Citigroup, alertou que, sem uma vacina, a ocupação completa nos escritórios pode ser impossível (Imagem: Reuters/Mike Segar)

O JPMorgan é mais otimista quanto ao retorno e tem um número absoluto maior de funcionários que retornaram do que o Goldman ou Nomura: nos escritórios de Londres, cerca de 1,8 mil de aproximadamente 12 mil funcionários retornaram aos escritórios, de acordo com uma pessoa a par do assunto.

Banqueiros de fusões e aquisições que começaram a retornar serão divididos em duas equipes que alternam entre trabalho remoto e no escritório, disse a pessoa. A capacidade nos escritórios será limitada a 50%.

Representantes do Goldman, Nomura e JPMorgan não comentaram.