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Goldman lidera queda de salários em Wall Street desde crise

16 set 2019, 8:01 - atualizado em 16 set 2019, 8:01
Remuneração por empregado do banco de Wall Street encolheu 61% quando ajustada pelo aumento nominal do salário no período (Imagem: Reuters/Brendan McDermid)

O presidente do Goldman Sachs, David Solomon, recebeu US$ 23 milhões no ano passado, um terço da remuneração anual de seu antecessor em 2007. A história de outros funcionários do Goldman não foi diferente.

A remuneração por empregado do banco de Wall Street encolheu 61% quando ajustada pelo aumento nominal do salário no período, segundo documentos públicos do Goldman e cálculos da Bloomberg.

O Goldman registrou o maior declínio salarial entre os maiores bancos dos EUA e da Europa, seguido pelo Credit Suisse, onde a remuneração caiu 46%. O grupo de bancos mostrou uma redução média de salários de 14%.

Graças em parte aos cortes de impostos e aos fortes gastos dos consumidores, os maiores bancos dos EUA apresentam rentabilidade recorde, enquanto credores europeus estão se recuperando.

No entanto, esse panorama não se traduz em melhores salários para traders e banqueiros de investimento. E, como as empresas financeiras agora buscam a automação, que também remodela outros segmentos, o período pré-crise pode ser sempre o limite para salários excessivos no setor bancário.

Goldman Sachs Bancos EUA
Grupo de bancos mostrou uma redução média de salários de 14% (Imagem: Bloomberg)

A redução dos salários é maior entre empresas relativamente pequenas de Wall Street com foco em banco de investimento, negociação de valores mobiliários e gestão de recursos e que carecem das grandes operações de varejo dos rivais.

Além da redução dos bônus desde a crise de 2008, a queda da remuneração reflete uma menor exposição a negócios arriscados e um foco maior em bancos de consumo e gestão de recursos. Os bancos também correram para adotar tecnologia de ponta, alterando seu mix de funcionários no processo.

“Os negócios se transformaram na última década”, disse Richard Lipstein, diretor-gerente da área de serviços financeiros da empresa de recrutamento Gilbert Tweed International.

“Os traders foram os mais atingidos, já que a negociação não é o que costumava ser. Agora, os empregos estão em tecnologia e varejo. Você pode contratar mais funcionários, mas esses não são tão bem remunerados quanto os traders.”

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