Goldman exclui Ásia em meta de tornar conselhos mais diversos
O Goldman Sachs se prepara para aumentar a diversidade nos conselhos corporativos, mas o banco de investimentos excluiu uma região particularmente desafiadora da iniciativa: a Ásia.
O diretor-presidente David Solomon revelou esta semana que, a partir de julho, o banco não coordenará ofertas públicas iniciais para empresas que não tenham uma mulher ou representante de minorias em um cargo de direção. Mas a regra se aplica apenas a IPOs nos Estados Unidos e na Europa.
A exclusão da Ásia é impressionante, dado o quão comum são os conselhos masculinos na região. Outros bastiões do domínio masculino, incluindo a América Latina e o Oriente Médio, também não foram mencionados.
Uma porta-voz do Goldman disse que o banco irá considerar a implementação do plano na Ásia e em outras regiões ao longo do tempo, depois de consultar seus clientes, à medida que a conscientização sobre a diversidade melhora nessas áreas.
“Atualmente, não há desculpa para as empresas terem conselhos sem diversidade e totalmente masculinos”, disse Fern Ngai, CEO da Community Business, um grupo de Hong Kong que defende práticas comerciais responsáveis e inclusivas. O Goldman “deve incluir a Ásia. Não vejo por que não.”
Inicialmente, o Goldman tem como alvo regiões onde as empresas avançaram em incluir mulheres em decisões de alto nível.
Na Califórnia, a nova legislação exige a diversidade dos conselhos, com multas por não conformidade. A Ásia fica atrás não apenas dos EUA e da Europa, mas também da líder global África na proporção de mulheres nos conselhos de administração de empresas, segundo dados do McKinsey Global Institute divulgados no fim do ano passado.