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Goldman empresta US$ 100 mi para fintech mexicana Konfío

06 set 2019, 16:01 - atualizado em 06 set 2019, 16:01
“Encontramos o Goldman em vários eventos de tecnologia da América Latina e começamos conversas”, disse Arana, 35 anos, em entrevista. “Acho que eles são os parceiros certos para nos ajudar a continuar causando impacto.” (Imagem: Pixabay)

O Goldman Sachs volta a apostar em uma startup de tecnologia financeira da América Latina, com a oferta de uma linha de crédito garantida de até US$ 100 milhões à mexicana Konfío.

O financiamento ajudará a Konfío — que fornece capital de giro sem garantias para pequenas e médias empresas — a oferecer empréstimos de cerca de US$ 250 milhões nos próximos 12 meses, segundo David Arana, presidente e fundador da fintech. O plano é expandir o uso de colaterais ou garantias, possibilitando empréstimos maiores do que a média atual de US$ 20 mil da Konfío.

“Encontramos o Goldman em vários eventos de tecnologia da América Latina e começamos conversas”, disse Arana, 35 anos, em entrevista. “Acho que eles são os parceiros certos para nos ajudar a continuar causando impacto.”

A Konfío usa sua tecnologia para analisar o comportamento de crédito e coletar outros tipos de dados sobre as empresas, permitindo responder às empresas imediatamente e efetuar desembolsos em menos de 24 horas. Os empréstimos tradicionais para empresas de pequeno e médio porte às vezes levam meses para serem aprovados e exigem garantias ou colaterais. Os juros da Konfío representam metade dos cobrados pelo setor bancário tradicional, segundo Arana.

A tecnologia também ajuda a Konfío a manter empréstimos em atraso sob controle. A taxa de inadimplência na carteira de crédito da empresa era de 4,8% em 2018 comparada aos 5,4% do setor bancário, disse.

“A Konfío traz uma abordagem única para a subscrição de crédito em um segmento do mercado que não é bem atendido no México e em toda a região”, disse em e-mail Ram Sundaram, responsável global pelo negócio de finanças estruturadas, investimentos e empréstimos do Goldman.

O mercado potencial é amplo. O crédito total para pequenas e médias empresas no México soma cerca de US$ 100 bilhões, e os bancos estão se afastando do negócio, disse Arana, que nasceu no México.

A Konfío, que já atendeu 1 milhão de clientes desde sua fundação, também fornece às empresas tecnologias que as ajudam a organizar dados e entender melhor seus negócios, disse Arana.

“Eu vivi a crise do subprime”, afirmou Arana, que trabalhou no Deutsche Bank em Nova York entre 2006 e 2013, em estruturação e trading de crédito com foco na América Latina. “Em uma era de dados abundantes, deveríamos ser capazes de tomar melhores decisões, mas via o contrário – o acesso ao financiamento estava diminuindo. Foi quando vi uma oportunidade.”

Criada em 2014, a Konfío recebeu sua primeira rodada de investimentos em abril de 2016, de fundos como Jaguar Ventures, Kaszek Ventures, QED Investors e Accion Frontier, um fundo administrado pela Quona Capital. Em outubro de 2017, a empresa recebeu uma segunda rodada de investimentos do International Finance, o braço financeiro do Banco Mundial e, em julho de 2018, recebeu investimentos de dívida e capital de investidores como Vostok Emerging Finance, Victory Park Capital Advisors e IFC.

No total, a Konfío levantou US$ 43 milhões em capital e US$ 260 milhões em dívida. A empresa também tem uma linha de crédito com o Bank of Nova Scotia, disse Arana.

Goldman, Nubank

A operação da Konfío foi a primeira vez que a divisão de finanças estruturadas, investimentos e empréstimos do Goldman forneceu uma linha de crédito a uma fintech latino-americana. Mas o banco já havia feito investimentos por meio de seu grupo de situações especiais na fintech Nubank.

O Goldman emprestou ao Nubank R$ 200 milhões em 2016 e, em agosto de 2017, ampliou a linha de crédito para R$ 455 milhões em parceria com o Fortress Investment Group. Todo o empréstimo foi pago.

No início do ano, o grupo de situações especiais fechou um acordo com a mexicana Credijusto para fornecer uma linha de crédito de US$ 100 milhões para financiar pequenas e médias empresas.

A ideia é que as startups podem usar suas plataformas digitais para operar com mais eficiência do que os bancos locais, oferecendo produtos de baixo custo, incluindo empréstimos e, potencialmente, atendendo consumidores anteriormente fora de alcance.

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