Goldman diz que vírus deve causar ‘choque de demanda’ para cobre
Está claro que o coronavírus vai afetar as perspectivas para o cobre diante do efeito do surto sobre a atividade industrial. Agora, o Goldman Sachs está quantificando o tamanho do impacto.
O abalo causado pelo vírus e outros efeitos indiretos globais “significativos” devem resultar em uma perda anual de demanda de 300 mil toneladas, no caso de o vírus ser controlado no primeiro trimestre, segundo analistas do Goldman. Isso ajudaria a reduzir o déficit de produção em mais da metade, disseram.
“O vírus criou um choque significativo na demanda por cobre”, disseram analistas como Sabine Schels em relatório de sexta-feira. “As interrupções afetam o processamento do metal, e não a mineração.” Isso, segundo o banco, resulta em minério e sucata não utilizados, o que deve aumentar a oferta refinada no próximo ano.
As interrupções das fundições podem reduzir a produção, compensando parcialmente o impacto da demanda em declínio.
Como resultado, a produção global ainda ficará aquém do consumo do metal usado em carros, acessórios e construção em 140 mil toneladas, embora menor do que as 300 mil toneladas previstas antes do surto, informou o banco.
O Goldman reduziu o preço-alvo de três meses para US$ 5.900 a tonelada em relação aos US$ 6.300 anteriores, e cortou a previsão de 12 meses em US$ 500 para US$ 6.500.
A economia da China operou com capacidade de apenas 40% a 50% na última semana, com grandes variações entre setores, de acordo com a Bloomberg Economics, que rastreou uma variedade de indicadores, incluindo sinais sobre a produção nacional de cobre.
Na segunda-feira, o metal registrou ganhos em reação à promessa da China de oferecer incentivos fiscais para minimizar o impacto da doença e das quarentenas em massa para reduzir a propagação do vírus.