Goldman: condições podem levar Copom a cortar abaixo de 100 pontos-base em maio
O Copom (Comitê de Política Monetária) será mais comedido em sua próxima reunião em 30 e 31 de maio e entregar, no máximo, um corte de 100 pontos-base na taxa Selic (hoje em 11,25% ao ano), avalia o Goldman Sachs. O mercado previa, antes da piora da crise política brasileira na semana passada, a diminuição do juro em 125 pontos-base.
“No curto prazo, o Copom ainda tem um espaço significativo para cortar, mas a taxa final do atual ciclo de atenuação pode ser maior do que o inicialmente esperado, devido ao alto nível de incerteza política e da política monetária (o que tornou o saldo dos riscos mais desfavorável, principalmente a vulnerabilidade à conta de capital e à moeda) e uma base fiscal mais fraca e mais arriscada, dada a deterioração das perspectivas de aprovação de reformas fiscais significativas”, explica Alberto Ramos, economista-chefe para América Latina do banco.
Segundo ele, dadas as condições atuais, o Copom não terá espaço para acelerar o ritmo no final deste mês.
“No máximo, o Copom seria capaz de entregar outro corte de 100 pontos-base e, provavelmente, tornar as estimativas futuras dependentes dos dados do que tem sido o caso até agora. Se a moeda e outros preços dos ativos permanecerem sob pressão até a próxima quarta-feira, não descartamos um corte de taxa mais moderado”, diz.