Gol é mais uma vez afetada pela Boeing, enquanto Azul e Latam veem oportunidade
A companhia aérea Gol (GOLL4) suspendeu voos de 11 aeronaves Boeing 737 NG para substituição de um componente após inspeções recomendadas pela agência de aviação dos Estados Unidos, FAA, informou a empresa nesta quarta-feira (9).
A empresa estima que a paralisação ocorra até o dia 15 de dezembro e que aproximadamente 3% dos clientes serão impactados diretamente.
“A companhia retirou de operação as aeronaves nas quais foram encontrados indícios da necessidade de substituição de um componente especifico, cujas características se apresentaram fora dos padrões estabelecidos pelo fabricante, reportando essas ocorrências à FAA e à Boeing, de forma coordenada com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Essas aeronaves permanecerão inoperantes até o cumprimento da manutenção”, afirmou a Gol.
Para o Credit Suisse, a notícia deve ter um impacto pequeno de curto prazo.
“No entanto, se levar mais tempo, o efeito negativo poderá ser mais relevante, pois implicará em custos extras de realocação de passagens vendidas e potencial perda de receita e, mais importante, em oportunidades de participação de mercado para a Latam e a Azul (AZUL4), especialmente agora que a Avianca deixou espaço para ser ocupado”, explicam os analistas Felipe Vinagre, Thiago Casseb e Alejandro Zamacona em um relatório enviado a clientes nesta quarta-feira à noite.
Eles lembram ainda que os Boeing MAX da Gol também estão no chão no momento, enquanto não há aprovação regulatória para que eles retornem ao serviço. A empresa projeta que isto ocorra até o final de 2019. O banco tem uma recomendação neutra às ações, com preço-alvo de R$ 30.
Na semana passada, a FAA determinou a companhias aéreas a inspeção de 165 aviões Boeing 737 NG por conta do surgimento de rachaduras estruturais. A verificação deveria ocorrer num prazo de sete dias após a descoberta das rachaduras, que foram encontradas em um pequeno número de aviões.
A decisão envolve 1.911 aviões registrados nos EUA. As rachaduras foram encontradas numa parte que prende a fuselagem do avião à estrutura da asa.
Em nota, a Boeing lamentou o impacto que do problema para a GOL e outros clientes do 737NG e afirmou que está trabalhando para procurar peças, desenvolver planos de reparo e substituição e fornecer suporte técnico “para devolver com segurança todos os aviões afetados ao serviço o mais rápido possível”.
Também nesta quarta-feira, a aérea norte-americana Southwest Airlines reportou rachaduras em dois 737 NG e retirou as aeronaves de serviço. O 737 NG é a versão anterior do 737 MAX, que teve as operações suspensas neste ano em todo o mundo, mas devido a outro problema.
Na semana passada, a FAA informou que as inspeções podem ser feitas visualmente e devem levar cerca de uma hora por avião.
(Com Reuters)