Gol prevê queda de 70% na receita e de ebitda no segundo trimestre, devido ao coronavírus
A safra de más notícias da Gol (GOLL4) não se limita ao pesado prejuízo líquido de mais de R$ 2 bilhões no primeiro trimestre, pressionado pela disparada do dólar. No relatório de resultados divulgados nesta segunda-feira (4), a companhia traz previsões desanimadoras para o segundo trimestre.
O impacto das medidas de isolamento social para combater o coronavírus será sentido diretamente em suas operações. A Gol estima que a receita líquida seja de R$ 900 milhões, uma queda de 70% na receita líquida, em relação ao segundo trimestre do ano passado.
A queda refletirá a redução de aproximadamente 80% na capacidade de transporte no segundo trimestre, já antecipando, também, as projeções de um tombo de 5% no PIB neste ano. A redução envolve 100% dos voos internacionais e 75% dos domésticos.
Gestão de caixa
Tão preocupante, quanto isso, é a forte redução da margem de ebitda recorrente, que deve baixar de 25,9% para 6%. Isso indica que a companhia gerará muito menos caixa livre por real faturado.
A companhia informou, ainda, que espera consumir cerca de R$ 9 milhões de caixa por dia, entre abril e junho. A cifra é bem menor que os R$ 22 milhões diários registrados no fim de março, e ficará abaixo dos R$ 12 milhões previstos inicialmente para o segundo trimestre.
Com o corte de custos e despesas, a partir de meados de março, a Gol pretende economizar R$ 2,4 bilhões de caixa ao longo do ano. Desse total, R$ 1,1 bilhão referem-se a despesas operacionais.
Outras medidas adotadas foram o programa de licença temporária não remunerada, com duração de 30 a 90 dias, ou a suspensão dos contratos de trabalho temporários. As medida envolvem 6.200 funcionários.
Veja o relatório de resultados da Gol.