Gol opera em queda com balanço trimestral apontando prejuízo de R$ 1,32 bilhão
Por Investing.com – Na tarde desta quinta-feira na bolsa paulista, as ações da Gol (GOLL4) operam em queda de 0,80% a R$ 13,59, após a companhia aérea reportar na manhã de hoje que teve prejuízo líquido de R$ 1,32 bilhão no segundo trimestre do ano.
Na visão dos analistas da Coinvalores, os resultados não surpreenderam. A companhia teve um trimestre mais pressionado que os três primeiros meses do ano, como era de se esperar por uma série de fatores como sazonalidade, câmbio, preço do combustível e para fechar com chave de ouro, a greve dos caminhoneiros.
Ainda assim, a Gol mostrou evolução na comparação com o 2T17. A receita mostrou bom avanço de 9,0%, mesmo com o efeito considerável da greve no transporte de cargas, cuja receita caiu 2,8%, sendo compensada pela elevação do faturamento com passageiros.
A principal linha de custos da companhia, combustível, teve uma alta de 25,9% e pressionou o resultado operacional, ainda assim, a margem operacional veio de 1,0% no 2T17 para 1,8% nesse trimestre.
Com R$ 1,0 bilhão de variação cambial, o resultado financeiro veio negativo em R$ 1,26 bilhão, levando a companhia a um prejuízo líquido de R$ 1,32 bilhões.
A Gol revisou suas projeções para os próximos dois anos e a principal mudança foi do bottom line, por conta especialmente de câmbio e combustível. A aérea estimava lucro por ação entre R$ 0,90 e R$ 1,10 e agora estima um prejuízo por ação entre R$ 1,20 e R$ 1,00 para 2018.
Excluindo o efeito da variação cambial, o resultado deve ficar entre R$ 0,10 e R$ 0,30 por ação, sendo que a Gol não abria esse número anteriormente. Para 2019, o lucro por ação também foi revisto da faixa entre R$ 1,70 a R$ 2,30 para R$ 1,50 a R$ 1,90.
Os analistas destacam que o resultado e a projeção mostraram mais pontos negativos, mas consideramos que eles já estão bem precificados nos papéis da cia aérea, mitigando o efeito negativo que a divulgação poderia ter.Para a XP Investimentos, os números operacionais melhores do que o esperado, mas prejuízo impactado pelo efeito cambial. Apesar do desempenho operacional mais forte que o esperado, os analistas acreditam que o mercado possa reagir à revisão do guidance. O prejuízo líquido no trimestre ficou acima das estimativas devido a maiores despesas financeiras e variação cambial líquida.