Gol (GOLL4): Tickers mudam a partir desta quinta-feira (12); veja como vai ficar

A Gol (GOLL4) tem um dia relevante nesta quarta-feira (12), na esteira do fim do seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos — o Chapter 11. Isso porque hoje a aérea dará início a uma nova forma de negociação na B3, que inclusive mudará os códigos de negociação (ticker).
A companhia realizou aumento de capital mediante a capitalização de créditos contra a companhia, no valor de R$ 12 bilhões, aprovado no plano de saída da recuperação judicial. Isso significa que a Gol vai converter créditos que já tem contra ela mesma. Assim, em vez de pagar determinada dívida em dinheiro, a companhia irá oferecer ações.
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O aumento de capital se deu por meio da emissão de 8,1 trilhões de ações ordinárias e 968,8 bilhões de ações preferenciais, diz o documento. O preço de emissão foi definido em R$ 0,00029 por ação ordinária e R$ 0,01 por ação preferencial.
Neste cenário, a partir de hoje, as ações da Gol terão novos códigos de negociação, novo fator de cotação (R$ por 1.000 ações) e novo lote padrão de negociação (1.000 ações). Com isso, os tickers ficam da seguinte maneira:
- GOLL3 (ações ordinárias) se torna GOLL53.
- GOLL4 (ações preferenciais) se torna GOLL54.
Essa mudança nos tickers ocorre em meio à grande diluição causada pelo aumento do capital, que tende a abaixar significativamente o valor da ação em tela.
Os códigos de negociação das opções sobre GOLL3 e GOLL4 serão ajustados automaticamente em GOLL53 e GOLL54, respectivamente, os quais terão fator de cotação de 1.000 ações e lote padrão de negociação de 100 ações, conforme a B3.
Segundo a B3, a negociação das ações no mercado fracionário, ou seja, em quantidades inferiores a 1.000 unidades de ativo, será permitida.
Como resultado da capitalização, a Abra Group controla a Gol e passa a deter, direta ou indiretamente, aproximadamente 80% da totalidade das ações ordinárias e preferenciais de emissão da companhia.
Diluição dos acionistas
Mesmo que a saída do Chapter 11 seja uma boa notícia para a Gol, a diluição dos acionistas preocupa. Analisas do BTG Pactual, destacam que a emissão de 1,2 trilhão de ações resultarão em uma diluição acionária significativa de 99,8%.
“Além disso, após a reestruturação, a alavancagem da companhia permanecerá elevada, em 5,4 vezes, e a Abra deterá agora 80% da GOL. Assim, mantemos nossa recomendação de venda”, diz a equipe liderada por Lucas Marquiori.
Os analistas André Ferreira, do Bradesco BBI, e Larissa Monte, da Ágora Investimentos, destacam que a Gol garantiu seu financiamento de saída de US$ 1,9 bilhão, no entanto, mantém a recomendação de venda justamente devido à esperada diluição patrimonial causada pela emissão de novas ações.