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Gol (GOLL4): Temor de recuperação judicial derruba valor de bonds da empresa no exterior

17 jan 2024, 18:17 - atualizado em 17 jan 2024, 18:17
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Na cola: credores e acionistas da Gol (GOLL4) monitoram de perto risco de recuperação judicial (Imagem: Facebook/ Gol)

Os bonds da Gol (GOLL4), títulos de dívida emitidos no exterior, são negociados com descontos cada vez maiores, à medida que cresce o temor de que a companhia aérea protocole um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos.

Segundo levantamento do jornal Valor Econômico na plataforma CBonds, o papel de maior liquidez da Gol vence em 2025 e era negociado, nesta quarta-feira (17), por 26% de seu valor de face.

Embora represente uma melhora em relação a ontem, quando o preço chegou a 24% do valor de face, o desconto representa uma forte queda em relação ao começo deste mês, quando “custava” 35% do valor de face.

Como se sabe, no mercado de títulos de dívida, os papéis são negociados por uma fração de seu valor de face. A diferença entre essa porcentagem e o valor de face do título é a margem de lucro de quem aceita comprar a dívida dos detentores iniciais.

Descontos muito grandes podem representar a aversão dos investidores aos riscos de calote da dívida. A lógica do negócio é comprar uma dívida pelo maior desconto possível, a fim de lucrar o máximo no resgate do papel, mas, se a empresa que emitiu o bond dá sinais de um eventual calote, esse aumento de risco é representado por maiores descontos no valor de face.

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Gol (GOLL4): Mais uma aérea na rota da recuperação judicial?

A Gol chamou a atenção do mercado, quando o jornal Folha de S.Paulo noticiou, na segunda-feira (15), que a aérea cogita pedir recuperação judicial nos Estados Unidos, por considerar que a proteção oferecida pelo Chapter 11 é melhor do que a que teria, caso pedisse recuperação no Brasil.

Ainda segundo a Folha, a expectativa é que o pedido seja apresentado dentro de um mês. Ontem, a Gol confirmou que contratou a Seabury Capital para assessorá-la numa “ampla revisão de sua estrutura de capital, com o objetivo de captar recursos para cumprir seus compromissos financeiros.” O comunicado foi uma resposta da empresa à CVM, a partir de uma consulta motivada por reportagem publicada pelo site Seu Dinheiro, do mesmo grupo que controla o Money Times.



No mesmo comunicado, a empresa informou que, paralelamente, é auxiliada por outra consultoria, a Skyworks, para renegociar o arrendamento de suas aeronaves, a fim de “alcançar uma reestruturação consensual abrangente das obrigações da frota.”

Outro sintoma do nervosismo do mercado com a situação da empresa é a queda acumulada pelas ações nesta semana, que já supera 12%. Perto do fechamento desta quarta-feira, as ações preferenciais recuavam 3,5% e eram negociadas a R$ 6,66, ante os R$ 7,60 da última sexta-feira (12).

Veja o comunicado divulgado pela Gol (GOLL4) ontem, confirmando que renegocia dívidas com credores e empresas de leasing: