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Gol (GOLL4): Maior credor inicia discussões com Azul (AZUL4) para ‘explorar oportunidades’

28 maio 2024, 20:15 - atualizado em 28 maio 2024, 21:26
gol recuperação judicial passagens canceladas
A Abra é detentora de mais de 50% do capital social da Gol (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

O Grupo Abra, maior credor da Gol (GOLL4), que está em recuperação judicial nos Estados Unidos, iniciou discussões com a Azul (AZUL4) para ‘explorar oportunidades’, informa comunicado enviado ao mercado nesta terça-feira (28).

Apesar disso, a empresa destaca que um eventual acordo pelo Grupo Abra com a Azul não seria vinculante para a companhia.

As informações constam em um ofício da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que questiona notícia, publicadas no Valor Econômico, sobre uma possível fusão com a Azul.

Segundo a matéria, chegou a ser ventilado que a Azul estaria disposta a comprar a Gol, mas a visão que mais ganhou corpo é de uma junção de forças para a criação de uma empresa e que também teria a Abra – holding da Gol e da colombiana Avianca – como acionista.

A Abra é detentora de mais de 50% do capital social da Gol.

Fusão da Gol e Azul

O rumor corre entre investidores antes mesmo da empresa entrar em recuperação judicial, no dia 25 de janeiro.

Porém, foi na semana passada que o boato esquentou, quando as duas companhias anunciando um codeshare, acordo no qual as aéreas compartilham um mesmo voo. A medida não é novidade no mercado brasileiro, mas, segundo analistas, sinaliza um início de namoro.

Ou seja, não dá para cravar se mais para frente vai resultar em algo sério, mas demonstra uma parceria mais firme entre as empresas.

Neste sentindo, Illan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, explica que o acordo de codeshare não pode levar a concluir que as empresas vão entrar em um processo de fusão, mas “é o início de um namoro e, como todo namoro, no final pode dar em casamento”.

“A Gol é bem forte no Rio de Janeiro, São Paulo e Basília, a Azul já tem outra característica. Ela é mais forte em rotas reginais, então é um acordo que, para mim, faz sentido”, avalia.

Ygor Araújo, analista da Genial Investimentos, vê o codeshare como a maneira mais inteligente das companhias tentarem extrair sinergias.

“Elas foram felizes em fazer essa parceria, que é bem comum: duas empresas concorrentes, com pouca sobreposição de rota, abrirem mão de uma possibilidade de disputar o mercado inteiro em prol de uma parceria. Acho que nesse momento é benéfico para as duas companhias”, avalia.

Segundo informações da Reuters, Gol e a Azul são, respectivamente, a segunda e a terceira maiores companhias aéreas do Brasil em receita por passageiro por quilômetro, uma medida de tráfego. Cada uma tem cerca de 30% de participação no mercado doméstico, atrás dos 40% da Latam.

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