Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) encerram negociações para fusão; acordo de codeshare também foi desfeito

A Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) anunciaram na noite desta quinta-feira (25) o fim das negociações de fusão entre as empresas áreas. Após assinarem um memorando de entendimento para a fusão no início do ano, o encerramento do projeto é creditado ao processo de recuperação judicial da Azul.
“As partes não tiveram discussões significativas ou progrediram em uma possível operação de combinação de negócios por vários meses como resultado do foco da Azul em seu processo de Chapter 11 (recuperação judicial nos EUA)”, afirmou a Gol em carta enviada à Azul e disponibilizada em comunicado ao mercado.
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No mesmo documento, a Gol afirma que “a execução do MOU (Memorando de Entendimentos) e o pré-arquivamento junto ao Cade ocorreram em outro cenário e em outro momento das empresas, que não é mais o mesmo”.
Além do fim da parceria, a Azul afirmou também em comunicado que “reafirma o seu comprometimento com processo de fortalecimento da sua estrutura de capital e informa que manterá os seus acionistas e o mercado em geral informados acerca de eventuais desdobramentos relevantes relacionados ao encerramento das discussões comerciais acerca da potencial combinação de negócios”.
As conversas entre Gol e Azul, que criaria a maior companhia aérea do Brasil, se arrastaram por anos. Apesar de terem oficializado a união em janeiro deste ano e desistido também oficialmente neste fim de setembro, a fusão das duas empresas sempre permeou os corredores de empresas de M&A nos últimos anos. Notícias do início de 2024 dão conta que até mesmo o nome da futura empresa combinada teria criado impasse em algumas das várias fases prévias de negociações.
Além das conversas que não tinham resultados, os momentos das empresas em cada fase do acordo contribuíram para que a união não desse certo. Em janeiro de 2025, quando o MOU foi anunciado, era recuperação judicial da Gol que estava na lista de pendências a serem resolvidas.
Porém, apenas 5 meses depois foi a vez da Azul colocar mais turbulência nesse voo, afirmando que a fusão já não era prioridade para a empresa, pois “dedicavam 100% do foco” em sua própria reestruturação.
Fim do acordo de codeshare
Junto com o fim do processo de fusão, Gol e Azul também anunciaram o fim do acordo de codeshare. Anunciado em maio do ano passado, o acordo de cooperação comercial unia as malhas aéreas no Brasil, com as companhias compartilhando um mesmo voo para mais de 150 destinos.
Tanto a Gol quanto a Azul afirmaram em seus comunicados que os bilhetes já vendidos dentro do acordo vigente serão honrado pelas empresas.