Gol (GOLL4) e Avianca: Concorrência vai ficar para trás? Entenda como o acordo impulsiona a aérea brasileira
O acordo entre Gol (GOLL4) e Avianca para a formação de uma holding proporcionará escala à operação da companhia aérea brasileira, o que pode reverberar em uma melhora da eficiência de custos, avaliam os analistas da Ativa Investimentos.
Nesta quarta-feira (11), os controladores das companhias anunciaram a formação de uma holding sob a qual os dois grupos de aviação vão compartilhar a mesma plataforma de negócios.
O novo grupo, que tem expectativa de que o negócio seja concluído no segundo semestre deste ano, se chama Abra e reúne operações da maior companhia aérea do Brasil, Gol, e de um dos maiores grupos sul-americanos de aviação, Avianca, com operações na Colômbia, Equador e El Salvador e rotas para América do Norte, Europa e América Central.
A nova empresa terá capital fechado e será sediada no País de Gales, no Reino Unido.
Apesar da avaliação positiva do acordo, os analistas da Ativa mantêm uma recomendação neutra para as ações da Gol, à espera de maiores esclarecimentos do acordo.
Abra deve impulsionar a Gol
Na análise da Ativa, a formação da holding é positiva para a Gol nos aspectos de expansão e financeiro.
Do lado de crescimento, os analistas destacam que a Gol pode ampliar sua malha na América Latina — devido à Avianca deter participações não-controladoras na Viva, aérea colombiana, e na Sky, aérea chilena —, permitindo ainda que as companhias avaliem melhor os destinos atuais e possíveis adições futuras.
Além disso, o acordo, segundo a Ativa, proporcionará escala à operação atua da Gol, o que pode vir a se reverberar na melhora da eficiência em custos, já auxiliando do lado financeiro.
Os analistas destacam que a criação da holding concentrará as dívidas das empresas, o que pode impulsionar o perfil financeiro da companhia através da obtenção de melhores condições de refinanciamento dos valores envolvidos
A Ativa ainda afirma que, para Gol, que vale na Bolsa menos de 40% do que valia no período pré-pandemia, os movimentos recentes — como o acordo com a American Airlines e este com a Avianca — ratificam a complexidade das questões envolvendo sua liquidez e solvência ao mesmo passo que as aliviam em algum grau.
A concorrência vai ficar para trás?
Em relação aos pares do setor aéreo, a Ativa afirma que o acordo é indiferente para Azul (AZUL4) e desafiadora para Latam.
Para a Azul, os analistas não veem grande impacto, uma vez que a aérea concentra a sua operação de forma regional no Brasil e não dispõe, no momento, interesse em expandir sua atuação além das fronteiras domésticas, abrindo mão das suas vantagens competitivas.
Já para a Latam, que dispõe de grande participação no mercado internacional, a corretora vê um aumento de competividade.
A aérea, que segue negociando seu plano de recuperação judicial na corte americana, poderá alterar a sua estratégia se constatar que o novo passo de Gol provocará mudanças competitivas nas rotas que atende.
“Ainda que Gol e Avianca continuem independentes, acreditamos que a fusão possa ser alvo em algum nível de contestação através de movimentos antitruste nos mercados onde irão atuar”, concluem.
*Com informações da Reuters
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