Gol (GOLL4): Dois motivos que levam à derrocada das ações nesta terça (11)
A Gol (GOLL4) é destaque de queda do Ibovespa nesta terça-feira (11). A companhia aérea foi pega em uma tempestade de fatores negativos que jogam a ação para baixo.
Por volta das 14h25, os papéis da empresa despencavam 5,20%, a R$ 11,13. Na mínima do dia até o momento, chegou a derreter 8,60%.
Ativos com exposição à economia doméstica estão sendo penalizados no pregão, mesmo após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, mostrar deflação.
O indicador recuou 0,08% em junho, desacelerando-se em relação à alta de 0,23% em maio. Com isso, o IPCA marca a primeira deflação mensal desde outubro do ano passado.
O resultado de junho veio ligeiramente acima da mediana projetada pelo mercado, de deflação de 0,10%. Além disso, quatro dos nove grupos pesquisados apresentaram queda, com destaque para a baixa em Alimentação e Bebidas (-0,66%). Considerando o núcleo da inflação, é possível ver uma desaceleração, mas especialistas destacam que a categoria de Serviços segue pressionada.
Os dados levaram à alta na curva de juros, o que costuma atingir em cheio papéis mais sensíveis ao ciclo de aperto monetário, como é o caso da Gol.
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Além disso, a Gol sofreu um corte de recomendação pelo Goldman Sachs. A empresa foi de “compra” para “neutro”, uma vez que analistas da instituição estão mais seletivos com as aéreas sob sua cobertura (locais e globais). No caso da Gol, eles citam a forte performance das ações, levando a um potencial de valorização limitado daqui em diante.
“Nossa preferência relativa é baseada em balanços mais leves em um cenário de volatilidade macro e incerteza global, o que deve levar a menos volatilidade para nossos nomes com recomendação de compra”, afirma o Goldman Sachs, em relatório publicado nesta semana. O preço-alvo subiu de R$ 12,10 para R$ 13,50.
O Goldman Sachs manteve suas estimativas de capacidade e demanda para a companhia, mas ajustou os custos unitários em -2%, -3% e -3% para 2023/24/25, respectivamente. As estimativas de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foram revisadas para cima em 4%, 7% e 7% (R$ 4,90 bilhões, R$ 5,59 bilhões e R$ 5,99 bilhões em 2023, 2024 e 2025).
Além da atualização da Gol, o Goldman Sachs elevou o preço-alvo de Azul (AZUL4) a R$ 22,40 (de R$ 19,50 anteriormente) e manteve recomendação “neutro”.