Gol espera compensação em 60 dias pela paralisação do 737 Max
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A maior companhia aérea do Brasil espera finalizar em 60 dias um acordo de compensação com a Boeing por danos financeiros relativos ao impedimento dos voos do 737 Max.
Em vez de dinheiro, a Gol (GOLL4) provavelmente receberá a compensação na forma de descontos no valor da entrada para compras futuras de aeronaves e esquemas semelhantes, informou o diretor financeiro,
Richard Lark, em entrevista realizada no escritório da Bloomberg em Houston, Texas, na sexta-feira. O valor do acordo em dólares será confidencial, acrescentou.
“Estamos nas últimas semanas antes de acertar uma compensação junto à Boeing”, disse Lark. “Isso terá um impacto significativo para nós no médio a longo prazo.”
Lark também revelou que a Gol está perto de fechar um esquema de código compartilhado com a American Airlines Group e espera fazer um anúncio em 60 dias. O compartilhamento de códigos permite que companhias aéreas reservem assentos em voos operados por suas parceira
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Transformação da frota
Um acordo com a United Airlines Holdings parece menos provável porque a empresa americana já fez parceria no Brasil, afirmou o executivo.
A United tem 8% de participação na Azul (AZUL4), concorrente da Gol. Por sua vez, a Gol iniciou negociação para compartilhamento de códigos com a American e a United após se separar da parceira americana de longa data, Delta Air Lines, em setembro.
American, Southwest Airlines e Grupo Aeromexico já divulgaram acordos de compensação com a Boeing referentes a 2019. O 737 Max foi impedido de voar no ano passado, após dois acidentes fatais.
Apesar dos problemas criados pelos desastres envolvendo aviões 737 Max, a Gol continua sendo cliente fiel da Boeing, segundo Lark.
A empresa brasileira está em processo de agendar o treinamento de aproximadamente 100 pilotos em simuladores de voo do 737 Max na Flórida, se preparando para quando o modelo tiver autorização para voltar a funcionar, disse ele.
“Nos próximos 10 anos, a transformação da nossa frota será baseada no 737 Max”, garantiu Lark.