Gol e Azul estão em boa forma para uma recuperação, defende Ágora

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14 abr 2020, 11:06 - atualizado em 14 abr 2020, 11:06

“Embora o preço das ações da Gol pareça estar precificando um cenário de dificuldades financeiras, nossa análise de sensibilidade sugere que a companhia aérea sobreviverá à crise”, afirma a corretora (Imagem: Divulgação/GOL Linhas Aéreas)

O setor aéreo está sendo um dos mais prejudicados pela crise do coronavírus. As ações das empresas da América Latina despencaram 61% desde o início da doença na região, reflexo da queda da demanda, da redução de tarifas aéreas e dos preços mais baixos do petróleo e da moeda.

Apesar da severidade do cenário, a Ágora Investimentos acredita que a Gol (GOLL4) e a Azul (AZUL4) estão “em boa forma para decolar novamente”. As duas companhias colocaram em prática uma série de medidas visando reduzir os efeitos da covid-19 sobre seus negócios. Dentre as ações estão a negociação de cortes salariais entre 25 e 50%; a redução de 50% dos custos com mão-de-obra custos; o adiamento de investimentos não essenciais; e a renegociação de contratos de leasing de aeronaves.

O governo também passou a apoiar o setor criando planos de resgate por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo a Ágora, a nova linha de crédito de R$ 10-15 bilhões será o suficiente para ajudar as empresas aéreas no curto prazo.

“Embora o preço das ações da Gol pareça estar precificando um cenário de dificuldades financeiras, nossa análise de sensibilidade sugere que a companhia aérea sobreviverá à crise. A posição de caixa da empresa pode ser fortalecida por meio da nova linha de crédito negociada com o BNDES, o que pode resultar em uma entrada de caixa de R$ 3 bilhões”, destacou a corretora.

No caso da Azul, os investimentos para 2020, avaliados em R$ 1,5 bilhão, devem ser substancialmente reduzidos (Imagem: Divulgação Embraer)

No caso da Azul, os investimentos para 2020, avaliados em R$ 1,5 bilhão, devem ser substancialmente reduzidos. Considerando o novo crédito de R$ 3 bilhões do BNDES, a companhia terá o suficiente para atravessar a crise.

Redução das estimativas

A Ágora atualizou as estimativas para as companhias aéreas, reduzindo as previsões do Ebitda para 2020 e 2021 em 57%.

Considerando os efeitos prolongados do coronavírus, a corretora avalia que a Gol e a Azul encerrarão este ano com prejuízos líquidos bilionários, mas devem dar mostras de recuperação logo em 2021.