Comprar ou vender?

Gol, Azul e Latam: como ficam as aéreas após o coronavírus?

30 nov 2020, 18:19 - atualizado em 30 nov 2020, 18:56
Avião Setor Aéreo
Se por um lado uma segunda onda da Covid coloca em risco a recuperação do setor por outro as vacinas podem dar grande impulso às ações (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

O BTG Pactual revisou suas expectativas para as empresas do setor aéreo após o pior do coronavírus ter passado.

Segundo o banco, se por um lado uma segunda onda da Covid coloca em risco a recuperação do setor por outro as vacinas podem dar grande impulso às ações.

Em novembro, as empresas figuraram entre as maiores altas da Bolsa, repercutindo as notícias ligadas às vacinas, com Azul(AZUL4), Gol (GOLL4) e CVC Brasil (CVCB3) acumulando valorizações de 69%, 50% e 48,5%, respectivamente no mês após fortes perdas provocadas pelos impactos da pandemia.

Veja como a Azul, Gol e Latam passaram pela turbulência dos últimos meses:

Céu menos carregado

A corretora elevou o preço-alvo da Gol de R$ 27 para R$ 31, o que implica potencial de valorização de 31%, e recomendou a compra dos papéis.

Segundo os analistas Lucas Marquiori e Fernanda Recchia, a baixa exposição ao mercado internacional e a maior liquidez durante a crise tornam a aérea bem posicionada em relação aos seus concorrentes.

Além disso, eles lembram que a empresa possui grande capacidade para racionalizar a oferta com a redução de aeronaves.

“Em nossa opinião, as atualizações em relação à emissão do empréstimo do BNDES ou outras alternativas de financiamento devem continuar a ser importantes catalizadores no curto prazo”, argumentaram.

Boa gestão

No caso da Azul, a dupla destaca a boa gestão de responsabilidade da companhia. A corretora aumentou o preço-alvo dos papéis de R$ 26 para R$ 47 e alterou a recomendação de neutra para compra.

“A empresa entregou um desempenho operacional maior do que o esperado e fez um bom trabalho em termos de gestão”, afirmou.

A dupla também destaca o esforço da Azul para melhorar a liquidez, como a emissão de R$ 1,7 bilhão em debêntures e acordos com vários parceiros financeiros para estender o prazo de pagamento de parte de sua dívida.

Latam carrega mais riscos

O BTG retomou a cobertura da Latam alertando para alguns riscos da companhia. A corretora classificou as ações em neutro, com preço-alvo de US$ 1,7, o que implica valorização de 16%.

Segundo os analistas, a Latam tem uma alavancagem acima da média do setor e uma maior exposição ao mercado internacional.

Por outro lado, eles também ressaltam a posição de liderança da aérea no continente em número de passageiros transportados e a assinatura recente de US$ 2,4 bilhões em financiamento, que forneceu algum alívio em dinheiro.