Globo corre risco de perder transmissão do Carnaval? Escolas procuram alternativa
A Globo enfrenta dificuldades para conseguir patrocínio para transmitir os desfiles de Carnaval deste ano.
Apenas uma marca fechou patrocínio com a emissora de TV, segundo o UOL. A Brahma foi a responsável por comprar a única cota de patrocínio do evento, em uma renovação de contrato que está vigente desde 2021.
A marca de cerveja da Ambev (ABEV3) deve ser a única patrocinadora do evento este ano, enquanto a Globo reduziu seu compromisso financeiro com as escolas de samba.
A transmissora do evento vai pagar R$ 700 mil fixos para as escolas de samba em São Paulo este ano, conforme contrato fechado em 2021.
O valor é metade do contrato de 2022, mas o acordo da Globo com as escolas neste Carnaval é distribuir uma participação dos lucros com os contratos comerciais do evento.
Em São Paulo, as escolas de samba chegaram a ouvir propostas de outras emissoras de TV, segundo o UOL, mas os valores oferecidos eram iguais, ou menores, do que o da Globo.
Enquanto no Rio de Janeiro, o contrato vai durar até 2025, mas já se espera um reajuste significativo nos valores.
E a AMER3 com isso?
A queda no faturamento com a transmissão do Carnaval, no entanto, pode estar relacionada ao caso da Americanas (AMER3) e à crise de crédito desencadeada por ele.
Isso porque a Globo considera o mercado publicitário o principal responsável pela falta de patrocínios este ano, já que as marcas estão cortando suas verbas de marketing em todas as plataformas.
Depois que o rombo da Americanas veio à tona e a varejista pediu recuperação judicial, o mercado entendeu que outras grandes marcas também estão com problemas de crédito, preocupando gestores no curto prazo.
Apenas entre o dia 11 de janeiro, quando a varejista anunciou o rombo, e o Carnaval 2023, anunciaram recuperação judicial ou renegociação de dívidas as seguintes empresas listadas na B3: Oi (OIBR3), Azul (AZUL4), Light (LIGT3), CVC Brasil (CVCB3) e a Marisa (AMAR3).
As empresas brasileiras emitiram cerca de R$ 15,4 bilhões em dívida corporativa local neste ano, uma queda de 26% em relação ao mesmo período de 2022, segundo dados compilados pela Bloomberg.
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