Globo: Audiência desaba e emissora amarga prejuízo (e isso pode estar relacionado com a Americanas)
O Carnaval 2023 passou longe de ser um momento de ouro para a Globo, que deve arcar com prejuízos relacionados a falta de patrocínios e custos com o evento.
Das 5 cotas de patrocínio, a emissora conseguiu fechar apenas uma, com a Brahma, em uma renovação de contrato vigente desde 2021.
Ainda, segundo a coluna do Ricardo Feltrin, no Uol, foi a segunda pior audiência na Grande São Paulo em toda a história dos carnavais transmitidos pela Globo. Conforme os dados exclusivos obtidos pela coluna, este ano a média de ibope (consolidado) ficou em 9,1 pontos.
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A audiência só perde para a registrada em 2013, quando a emissora marcou 8,9 pontos. Vale destacar que atualmente cada ponto de ibope equivale a cerca de 77 mil domicílios na Grande São Paulo.
Enquanto isso, a Globo reduziu seu compromisso financeiro com as escolas de samba neste ano. A transmissora vai pagar R$ 700 mil fixos para as escolas em São Paulo este ano, conforme contrato fechado em 2021.
O valor representa metade do contrato de 2022, mas o acordo da Globo com as escolas neste Carnaval visa distribuir uma participação dos lucros com os contratos comerciais da festa.
Prejuízo para a Globo
Estima-se que a cota vendida para a Brahma tenha sido entre R$ 35 e R$ 40 milhões. Destes, entre comissões e impostos a serem pagos, custos de transmissão, engenharia, mobilização de equipe jornalística, entre outros, a emissora acumula altos custos para cobrir em meio à queda do faturamento.
Vale destacar que a queda no faturamento com a transmissão do Carnaval, no entanto, pode estar relacionada ao caso da Americanas (AMER3) e à crise de crédito desencadeada pela varejista.
Isso porque a Globo considera o mercado publicitário o principal responsável pela falta de patrocínios este ano, já que as marcas estão cortando suas verbas de marketing em todas as plataformas.
Depois que o rombo da Americanas veio à tona e a varejista pediu recuperação judicial, o mercado entendeu que outras grandes marcas também estão com problemas de crédito, preocupando gestores no curto prazo.
Apenas entre o dia 11 de janeiro, quando a varejista anunciou o rombo, e o Carnaval 2023, anunciaram recuperação judicial ou renegociação de dívidas as seguintes empresas listadas na B3: Oi (OIBR3), Azul (AZUL4), Light (LIGT3), CVC Brasil (CVCB3) e a Marisa (AMAR3).
As empresas brasileiras emitiram cerca de R$ 15,4 bilhões em dívida corporativa local neste ano, uma queda de 26% em relação ao mesmo período de 2022, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Ademais, apesar da baixa audiência, a Globo segue líder ante outras emissoras. Contudo, hoje, os holofotes são divididos também com as redes sociais, onde o Carnaval se tornou apenas mais um assunto e meio às tendências do momento, como o BBB.
Nesta equação, quem lucrou foi Gisele Bündchen
A supermodelo Gisele Bündchen teria recebido um cachê de US$ 2 milhões (cerca de R$ 10,3 milhões, pelo câmbio atual) para marcar presença no Camarote N1, patrocinado pela Brahma, na Marquês de Sapucaí, o sambódromo do Rio de Janeiro.
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O cachê da modelo circulou em vários veículos de imprensa, a Folha de S.Paulo e o jornal O Globo, sendo que este último fez as contas e concluiu que Bündchen faturou R$ 57 mil por minuto para comparecer à Sapucaí. Isto, porque a supermodelo permaneceu cerca de três horas no local, cercada de seguranças, bebendo apenas água e cumprimentando pouca gente.